Paulo Guedes é investigado sob suspeita de fraude

Por Ricardo Banana
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O Ministério Público Federal (MPF) acusa o economista Paulo Guedes, guru de Jair Bolsonaro (PSL), de se associar a executivos para praticar fraudes em negócios com fundos de pensão de estatais. Em seis anos, ele captou R$ 1 bilhão em operações suspeitas. Um procedimento investigativo criminal ainda apura se o economista cometeu os crimes de gestão fraudulenta ou temerária. Guedes também é investigado por possível emissão de títulos sem lastros e negociar, através dessa operação fraudulenta, recursos de sete fundos. Ao mesmo tempo, Guedes costurou um programa de governo para Bolsonaro e indica nomes para um eventual governo que favoreçam seus negócios.

A reportagem do jornal Folha de S. Paulo nomeia as entidades supostamente fraudadas por Paulo Guedes: “entre as entidades estão Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobras), Funcef (Caixa) e Postalis (Correios), além do BNDESPar —braço de investimentos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). As transações foram feitas a partir de 2009 com executivos indicados pelos dois partidos adversários da chapa Bolsonaro, os quais são investigados atualmente por desvio de recursos dos fundos”.

A matéria destaca que “para o MPF, há “‘relevantes indícios de que, entre fevereiro de 2009 e junho de 2013, diretores/gestores dos fundos de pensão e da sociedade por ações BNDESPar’ se consorciaram ‘com o empresário Paulo Roberto Nunes Guedes, controlador do Grupo HSM’. A intenção seria a de cometer ‘crimes de gestão fraudulenta ou temerária de instituições financeiras e emissão e negociação de títulos imobiliários sem lastros ou garantias’.”

Não é só. Paulo Guedes preparou um programa de governo à medida para favorecer sua empresa, a Bozano Investimentos. Todas as áreas em que investe a empresa são beneficiadas pelas propostas do “Posto Ipiranga” de Bolsonaro.

Uma das áreas-foco da Bozano é a educação. Nos diversos fundos da Bozano, há oito empresas de educação. A maioria delas explora a educação à distância online ou redes de universidades, informa a reportagem de Rodrigo Matos. Enquanto Guedes fatura com educação à distância, a principal proposta de Bolsonaro para educação é… prioridade total para educação à distância, inclusive para o ensino fundamental. São oito empresas na área educacional que têm a Bozano como sócia, sendo três delas com foco em educação à distância: Q Mágico, plataforma de ensino digital, Wide, que produz e gerencia conteúdos digitais, e a Passei Direto, rede social para universitários. As outras têm também segmentos voltados à educação à distância.

O assunto sequer é tratado com discrição. No programa de Bolsonaro, há uma defesa enfática da educação à distância: “deveria ser vista como um importante instrumento e não vetada de forma dogmática. Deve ser considerada como alternativa para as áreas rurais onde as grandes distâncias dificultam ou impedem aulas presenciais”. Sua defesa da educação à distância é ampla para todos os níveis. Em entrevista, o candidato reforçou a ideia e ainda pregou a redução do investimento em universidades públicas: “Vamos tirar mais recursos de cima (universidade), e jogar mais no ensino infantil, fundamental”, disse à Globonews (leia aqui).

Para completar, se dá como certo no bastidor bolsonarista que o ministro da Educação dos sonhos da campanha é ninguém menos que Stravos Xanthopoylos, da Associação Brasileira de Educação à Distância e braço direito de Guedes. Só business, sem pudor algum.  (247)

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