Pernambuco: em Reunião Plenária, deputados estaduais reforçam pedido por adiamento do Enem

Por Ricardo Banana
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Parlamentares voltaram a defender, na Reunião Plenária da Assembleia Legislativa de Pernambuco desta quinta (14), o adiamento das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), previstas para ocorrer em novembro. A deputada Teresa Leitão (PT) alegou que a suspensão das aulas afeta mais os estudantes da rede pública, que não têm acesso às plataformas digitais. O mesmo argumento foi sustentado por Romero Albuquerque (PP), em outro pronunciamento, ao defender a medida.

“É uma crueldade o que está se fazendo. O conteúdo do Enem se conclui quando termina o Ensino Médio. Praticamente tivemos apenas um mês de aulas. Esses estudantes estão apreensivos”, observou Teresa, que anunciou um ato digital a ser realizado nesta sexta (15) em prol do adiamento.

A petista considerou precipitado o debate sobre a reposição das aulas, iniciado pelo Estado com professores e profissionais da educação. “Pode ser discutido, mas não definido. A gente não sabe quantas aulas vão precisar ser repostas. Isso demanda uma avaliação criteriosa”, disse, lembrando que há medida provisória flexibilizando a exigência de 200 dias de aula. Teresa também pediu a participação de toda a comunidade escolar na questão.

Ao tratar das datas do Enem, Romero Albuquerque lembrou que até grandes eventos esportivos, como os Jogos Olímpicos, foram adiados por conta da pandemia. Ele cobrou do Ministério da Educação abertura ao diálogo e criticou o investimento feito pelo órgão em uma campanha publicitária, orientando os jovens a estudar por conta própria para o exame.

“Os nossos estudantes não podem ser prejudicados por teimosia, por ego. Manter as datas do Enem vai agravar ainda mais as desigualdades que já existem na educação brasileira. Hoje, 96,5% dos ricos têm sinal de internet, mas, entre os pobres, 59% não têm essa oportunidade. Entre as pessoas com renda inferior a um salário mínimo, 78% acessam a internet pelo celular. Pode até ser possível estudar por esse equipamento, mas não é adequado”, observou.

O deputado do PP reforçou que muitos estudantes pobres vivem em casas pequenas, sem conforto, com muitas pessoas, o que dificulta a aprendizagem. “A pressão que vivemos já trará danos suficientes nos próximos anos. Não podemos frustrar ainda mais os meninos e meninas que sonham em superar as desigualdades sociais com as oportunidades que só a educação pode lhes dar”, prosseguiu. O pronunciamento foi endossado, em aparte, pelo deputado Antonio Fernando (PSC).

Cloroquina – Romero Albuquerque também usou o discurso para defender as ações da deputada Clarissa Tércio (PSC), que tem apoiado o grupo Médicos de Verdade no fornecimento gratuito de hidroxicloroquina em comunidades do Recife. Ele criticou o PSOL por pedir investigação da colega no Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e no Conselho Regional de Medicina (Cremepe). “Acusaram a parlamentar de distribuir indiscriminadamente o medicamento, mas ele está sendo receitado com responsabilidade, por médicos”, informou.

“O próprio Governo do Estado reiterou que o médico é responsável por seus pacientes, e o que ele receitou deve valer”, acrescentou Albuquerque. Em aparte, a  deputada Jô Cavalcante, das Juntas (PSOL), respondeu à crítica. “Nós seguimos a posição da ciência. Enquanto os cientistas não tiverem certeza da eficácia do remédio, vamos pedir a apuração de órgãos oficiais sobre atitudes como essa”, declarou.

Ascom Alepe

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