De acordo com os mais recentes dados da PNAD Contínua, elaborada pelo IBGE, Pernambuco assumiu a preocupante posição de líder nacional de desemprego. Enquanto a taxa de desemprego no Brasil como um todo registrou ligeira queda de 8,8% para 8%, retornando ao mesmo patamar do primeiro trimestre de 2015, no estado 14,2% da população acima de 14 anos que está em busca de oportunidades de trabalho. É importante notar que todos os estados do país mostraram uma redução na taxa de desemprego, com exceção do Amapá e de Pernambuco.
Análises baseadas nos dados do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego – Caged, referentes ao mês de abril, revelam que a indústria de transformação sofreu um impacto significativo no estado, resultando em um saldo negativo de 5.864 postos de trabalho. No mesmo período, a agropecuária também registrou um decréscimo de 1.258 empregados. Embora os números do Caged referentes a junho tenham trazido perspectivas ligeiramente otimistas, essa melhoria não foi suficiente para reverter a tendência negativa do saldo de empregos ao longo do trimestre.
O economista da Fecomércio-PE, Rafael Lima destaca: “o desaquecimento da economia, especialmente na indústria de transformação durante o segundo trimestre de 2023, foi influenciado por fatores como a elevada taxa de juros. Acentuou-se também a significativa queda nas atividades de turismo em Pernambuco: somente no mês de abril, houve uma redução de 7,4% dos empregos, em comparação a igual período do ano anterior. Adicionalmente, o elevado endividamento das famílias, já exposto nos dados da PEIC/CNC, resultou na restrição do consumo no varejo e nos serviços, ocasionando até mesmo inadimplência. Este panorama demanda uma atenção cuidadosa e requer a implementação de medidas para reverter esse preocupante quadro”.