Pesquisa

Pesquisadores da Embrapa Semiárido desenvolveram híbrido resistente ao nematoide da goiabeira

imagemUma nova pesquisa pretende trazer um alento para os produtores de goiaba da região do Vale do São Francisco que sofrem com o nematoide, um verme de destruiu nos últimos anos quase 70% do plantio da região, gerando um prejuízo de mais de R$ 200 milhões e diminuindo em quase 7 mil o numero de empregos na agricultura irrigada em Petrolina e região.

Na pesquisa foi feito o cruzamento da goiabeira com o araçazeiro, espécie da família da goiabeira, que apresentou resistência ao nematoide, e desse cruzamento foi gerado em torno de 10 frutos híbridos, cujas plantas apresentaram resistência ao nematoide.

Os híbridos estão sendo avaliados há quase 20 meses pelo engenheiro agrônomo, PhD em genética e melhoramento vegetal da Embrapa Semiárido, Carlos Antônio Fernandes Santos, com a participação da estudante de doutorado Soniane Rodrigues da Costa, da Universidade Estadual de Feira de Santana, onde concluiu em janeiro a tese de mestrado sobre o assunto, sendo orientada pelo engenheiro Carlos Antônio.

Segundo o pesquisador, Soniane realizou quase 1500 cruzamentos para obter híbridos entre goiabeira e araçazeiro resistente à praga. “Não existe controle eficaz para o nematoide, então trabalhar um hibrido resistente à praga foi o objetivo dessa pesquisa que vem dando ótimos resultados”, comemora Carlos Antônio.

Os pesquisadores foram em busca de vários tipos de goiabeiras e araçazeiros em todo o País, desde o Rio Grande do Sul até Roraima, com todos os tipos de goiabeira atacados pelo nematoide, sendo que uma espécie de araçazeiro de Roraima foi resistente a praga. Conforme Carlos Antônio Fernandes, o próximo passo é aguardar a liberação de autorização do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) para que a os resultados obtidos nos viveiros e campo experimental da Embrapa, possam ser testados em áreas de produtores.

De acordo com Fernandes, já existe um viveiro com mil plantas prontas para teste final em áreas de produtores. Os híbridos serão usados como porta enxerto de goiabeira Paluma, por exemplo, em áreas de produtores, com a participação do pesquisador da Embrapa Egidio Flori.

“A próxima etapa da pesquisa é cruzar a goiaba com araçazeiros de outros Estados e de países como Costa Rica, visando oferecer aos produtores novos híbridos para combater a esse verme de solo, que destrói o sistema radicular da goiabeira”, acrescentou Carlos Antônio.

A expectativa dos pesquisadores é concluir a pesquisa em 15 meses e só então é que a tecnologia estará disponível, para os setores de transferência de tecnologia e mercado da Embrapa, responsáveis de viabilizarem a mesma para produtores de goiaba do Vale do São Francisco.

Blog do Banana

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