Petrobras cobra reajuste

Por Ricardo Banana
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imageA despeito da resistência da equipe econômica, que teme uma nova disparada da inflação, a Petrobras vai insistir na cobrança por mais reajustes dos combustíveis como forma de equilibrar o seu caixa, que sofre com a defasagem de quase 25% nos preços da gasolina e do diesel. Ontem, o diretor financeiro da estatal, Almir Barbassa, informou que espera aumentos nas tabelas nos postos ainda neste ano. Os especialistas garantem que o litro da gasolina deveria estar custando hoje R$ 3,73 e não R$ 2,99, em média.

“Estamos trabalhando intensamente para alinhar os preços internos de derivados de petróleo aos dos mercados internacionais”, resumiu Barbassa. Segundo ele, um dos principais objetivos do aumento dos combustíveis é evitar que o endividamento da companhia, que cresceu 479% desde 2008, pelos cálculos da Planner Corretora, aumente ainda mais. Tanto a defasagem no valor da gasolina e do diesel quanto as dívidas estão piorando por causa da recente disparada do dólar.

Independentemente da autorização do Palácio do Planalto para os reajustes, a Petrobras avisou que venderá mais ativos no exterior nos próximos meses, como parte do plano de reforçar os cofres em US$ 9,9 bilhões. Em paralelo, para melhorar os resultados e garantir caixa suficiente com o intuito de tocar seu ousado programa de investimentos, de US$ 236,7 bilhões até 2016, a companhia incrementará a produção. “Esperamos um semestre mais ativo nos campos de petróleo”, ressaltou Barbassa. A empresa já vendeu, neste ano, US$ 1,8 bilhão em ativos, entre eles, participações em campos de petróleo na África para o Banco o BTG Pactual.

No balanço divulgado na última sexta-feira, a Petrobras apresentou lucro líquido de R$ 6,2 bilhões de abril a junho. Houve crescimento da produção de combustíveis vendidos a preços maiores —, mas não suficientes para zerar as defasagens —, em razão dos reajustes no fim de 2012 e no início deste ano.

Mas o melhor efeito para os resultados foi a mudança contábil anunciada pela estatal, chamada de hedge, que mitigou as perdas acarretadas pela alta do dólar. Barbassa explicou que a variação cambial influenciou negativamente em R$ 8 bilhões o resultado antes da aplicação de impostos e em R$ 5 bilhões depois da retenção dos tributos. (Correio Braziliensa)

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