O Ibovespa abre em baixa nesta quarta-feira (28) depois de divulgado o balanço da Petrobras, que decepcionou o mercado ao não registrar as baixas contábeis relacionadas aos desvios de dinheiro na petroleira.
Nas bolsas internacionais, fica como principal driver a espera pela decisão de juros na reunião do FOMC (Comitê Federal de Mercado Aberto) nos Estados Unidos às 17h.
Às 10h20 (horário de Brasília), o índice caía 2,02%, a 47.610 pontos, com os papéis da Petrobras (PETR3, R$ 8,75, -9,23%; PETR4, R$ 9,16, -9,93%) abrindo em queda forte.
Entre as principais quedas estavam novamente os papéis da Vale (VALE3, R$ 18,72, -1,47%; VALE5, R$ 16,73, -1,53%), que caíam 1%.
Aqui, o principal driver é a divulgação do resultado do terceiro trimestre de 2014 da Petrobras, ainda não aprovado por uma auditoria. As expectativas do mercado eram de que o balanço registraria baixas contábeis relacionadas aos desvios de dinheiro dos cofres da empresa para o pagamento de propinas a empresários e políticas, como foi descoberto pela Operação Lava Jato da Polícia Federal.
Contudo, essas previsões foram frustradas e a estatal mostrou apenas um lucro líquido de R$ 3,087 bilhões no terceiro trimestre de 2014, ante R$ 3,395 bilhões no mesmo período de 2013. Uma queda forte mesmo sem contabilizar a corrupção.
Segundo fonte ouvida pelo Valor Econômico, o fato de não fazer uma baixa contábil nesse momento, como era esperado, não significa que isso não será feito no futuro. “Haverá dentro de alguns meses alguns números confiáveis para serem publicados”, explicou a fonte.
Cenário externo
Lá fora, fica a espera pela reunião do FOMC, com as taxas de juros básicas da economia norte-americana. Os EUA devem esperar mais antes de aumentar os juros, principalmente depois que os dados de pedidos de bens duráveis ontem veio bem mais fraco do que as projeções indicavam (queda de 3,4% ante uma estimativa de avanço de 0,3%).
Antes disso, haverá a divulgação do indicador de estoques de petróleo na maior economia do mundo às 13h. Os preços do barril do WTI (West Texas Intermediate) caíam 1,82%, a US$ 45,40.
Também funciona como driver de recuo, a afirmação de assessor graduado do governo chinês de que seria razoável a China reduzir a meta de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 para cerca de 7%, de 7,5% no ano passado. A meta oficial de Pequim para o PIB será anunciada na abertura do Congresso Nacional do Povo, no início de março.
Na Grécia, o primeiro-ministro recém-eleito da Grécia, Alexis Tsipras, afirmou nesta quarta-feira que o governo está pronto para negociar com seus credores sem que haja embates. Antes da sua primeira reunião de gabinete, o novo líder também anunciou planos para um programa econômico de ajuste fiscal em quatro anos, sem medidas de austeridade e nem superávits primários inalcançáveis. (247)
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