PF: “rei do lixo” na Bahia acionou ACM Neto para liberar pagamentos suspeitos

Por Ricardo Banana
A+A-
Reset

A Polícia Federal (PF) apura um esquema de corrupção envolvendo empresários da Bahia e indica que Marcos Moura, preso na semana passada e conhecido como “rei do lixo”, teria utilizado sua influência sobre o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, citado no inquérito, para viabilizar a liberação de pagamentos da prefeitura ao grupo.

As suspeitas são de fraude em licitação e superfaturamento no Dnocs (Departamento Nacional de Obras contra a Seca) e em outras prefeituras, informaram O Globo e o UOL nesta segunda-feira (16).

Moura, assim como ACM Neto, é filiado ao União Brasil, integrando a cúpula do partido. Ele possui uma sociedade com a irmã do ex-prefeito, na posse de uma aeronave, segundo o UOL.

Moura, dono de empresas de limpeza urbana, possui contratos com várias prefeituras da Bahia, incluindo Salvador. Em 2018, durante a gestão de ACM Neto, o consórcio Ecosal, que inclui a empresa de Moura, firmou um contrato de R$ 427 milhões com a prefeitura para a limpeza urbana da capital por dois anos. O contrato foi renovado e permanece vigente.

No entanto, as suspeitas da PF envolvem contratos de outra empresa, a Larclean, com a Secretaria de Educação de Salvador. Embora Moura não seja sócio da Larclean, as investigações apontam que ele atua em parceria com o dono, Alex Parente, acusado de integrar a organização criminosa de Moura.

ACM Neto afirmou em nota que as citações ao seu nome são “inferências” e que não estão relacionadas a qualquer ato ilícito. “Os autos, tornados públicos pela Polícia Federal, evidenciam que não há registro de qualquer diálogo de ACM Neto no âmbito das investigações, nem mesmo citação direta ao seu nome. Existem apenas inferências, que, ainda assim, não estão relacionadas a qualquer ato ilícito”, disse a assessoria na nota.

Related Posts