Principal articulador para que a Prefeitura de Petrolina, na administração passada, doasse um terreno do município à empresa de call center, A e C, com unidades em várias cidades do Nordeste como João Pessoa e Campina Grande, na Paraíba, e Juazeiro do Norte, Ceará, sendo geradora de inúmeros empregos, o vereador Ronaldo Silva, PSDB, usou a tribuna da Câmara nesta quinta, 7, e trouxe de volta o assunto à pauta da Casa.
O tucano lembrou que o prazo para que a estrutura seja erguida é gere cerca de 5 mil empregos, está se esgotando e apela ao prefeito Miguel Coelho,PSB, que conheça o trabalho da A e C como ele constatou há mais de dois anos, junto com uma comitiva de colegas vereadores. Ele lembrou que conheceu de perto o empreendimento e viu sua importância e como se gera empregos, para que fosse concretizada a doação da área em Petrolina, localizada no bairro Caminho do Sol.
“Houve um contratempo com o Ministério Público que obrigou a empresa a dá sua contrapartida para o município que era a construção de uma creche e a empresa atendeu. A creche já existe, atendendo 25 crianças no bairro Fernando Idalino. É uma creche modelo, mas o call center até hoje não conseguiu se instalar em nossa cidade”, contou Silva.
Da tribuna, o paramentar petrolinense lembrou que a empresa ia gerar até 5 mil empregos diretos. “A maioria, cerca de 80% dos funcionários eram mulheres, universitárias, muitas que teriam o primeiro emprego”, detalhou Ronaldo Silva.
Conforme o vereador, a empresa iria investir mais de R$ 25 milhões em Petrolina. “A call center precisava só de uma área pública para a implantação da estrutura. O MPPE queria uma contra partida. Para mim, os empregos já seriam suficientes, mas o promotor solicitou a construção de uma creche que foi atendida pela empresa”, revelou.
Em sua fala, Ronaldo afirmou que a Procuradoria Municipal pediu para saber se o tempo de validade da doação estaria no fim. São 36 meses, conforme o projeto de doação. “Na época, os então vereadores, Alvorlande Cruz e Pérsio Antunes, seguraram o projeto e não houve interesse, pra mim, por parte da antiga gestão em concretizar o investimento”, criticou.
A empresa foi para Juazeiro do Norte-CE, depois para o Rio Grande do Norte, de acordo com o vereador. “Já estava até com contrato com a Vivo e o Santander, feito”, completa o tucano. A PGM quer saber se o terreno já pode reverter para Petrolina, mas aqui faço um apelo.
“Vamos trazer essa empresa. Ela já deu sua contrapartida. Recebemos todos os dias milhares de jovens, que os procura atrás de emprego e nós não temos; Peço ao prefeito Miguel Coelho que conheça a empresa para trazer esses empregos”, apelou.
IGREJA
O vereador Gilmar Santos, PT, em aparte, chegou a citar que já existe até uma igreja interessada na área. Ronaldo disse que não se pode doar para uma igreja, um terreno de mais de 10 mil metros quadrados, com expectativa para gerar mais de 5 mil empregos.
“Não tenho nada contra igreja evangélica, minha esposa é pastora, mas não se pode deixar mais de 5 mil empregos irem embora por falta de um entendimento. Sem falar que a empresa já deu a sua contrapartida. Por isso querido líder Aero Cruz, vamos convencer o prefeito Miguel para ele ir à João Pessoa e Campina Grande, visitar a empresa nessas cidades que onde se instalam, transforma a cidade, pois funciona 24 horas”, argumentou Silva.
Em novo aparte, dessa vez do vereador Ruy Wanderley, PSC, ele comentou que integrantes da associação de moradores do bairro Caminho do Sol, gostariam que a área fosse transformada em terreno para a implantação de serviços públicos como a construção de um posta de saúde.
“Vou entrar com esse requerimento, eu e o vereador Ibamar Fernandes, PRTB, para que possa ser revertida essa doação para o município e atendermos a comunidade”, adiantou.
Paulo Valgueiro, MDB, vereador líder da oposição, confirmou que o call center transformou a área onde foi implantada em Campina Grande, influenciando até a construção de um terminal integrado de passageiros na área. Já Aero Cruz, PSB, líder do governo, informou que o prefeito quer saber em que pé está a situação e o que for melhor para Petrolina, ele fará.
“Vamos saber como está esse processo. O governo vai definir o que será feito da área. A empresa ainda quer se instalar na cidade? Vai dá um prazo para a empresa construir? Se for dá, o prefeito vai tomar a melhor decisão. A busca é pelo esclarecimento e fazer o melhor uso da área”, comentou Aero.
O vereador Osinaldo Souza, PTB, lembrou que a área é pública e sendo devolvida, não ver nada demais para a implantação de equipamento público e que igreja é entidade.
“Se puder ser doado para igreja, não vejo nada demais, farei questão de fazer essa solicitação”, rebateu o petebista, finalizando o debate.