O diretor-executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI), Otaviano Canuto, afirmou nesta segunda-feira, 28, que crise política estimulada pela oposição teve sérios reflexos negativos na economia.
“O declínio abrupto do PIB não pode ser compreendido somente à luz das variáveis macroeconômicas. Tem-se aí um processo de contaminação da política sobre a economia, na confiança do setor privado, e um desarranjo nas estruturas de mercado em todos os setores em que há relação com o setor público. O efeito imediato foi a paralisia dos investimentos diretamente ligados e um compasso de espera pelos candidatos a entrar nesse mercado. Mas tem um lado econômico positivo, que é a prevalência da lei. É um fator importante para o investimento privado”, afirmou.
Segundo Canuto, com a nomeação de Nelson Barbosa para o Ministério da Fazenda, o governo devera continuar com a política de ajuste fiscal. “O Nelson é um cara extremamente preparado. Eu vejo muito mais continuidade”, afirmou.
O economista rechaçou a possibilidade de retorno da chama “nova matriz econômica”, executada no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff. “O temor é completamente infundado. O contexto em que a nova matriz foi implementada, anos atrás, era diferente do atual. Havia espaço fiscal, a hipótese de um atalho para um novo padrão de crescimento nunca tinha sido testada. Agora, a experiência mostra que o atalho não deu certo e as condições fiscais são opostas”, afirmou.
Para o diretor do FMI, as coisas tendem a melhorar na segunda metade de 2016. “Tem uma transmissão estatística que vai fazer com que as cifras no ano que vem sejam muito ruins. Mas quero crer que a confiança voltará, na medida em que o Congresso aprove medidas, como a CPMF, que servirão como uma ponte na arrecadação. O flá-flu político dificulta”, afirmou.
Leia na íntegra a entrevista de Otaviano Canuto.
Brasil 247
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