Por falta de ônibus, operários de Suape voltam a trabalhar parcialmente

Por Ricardo Banana
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Um dia depois da confusão e do confronto entre policiais e operários no Complexo Industrial e Portuário de Suape, no Grande Recife, onde sete ônibus foram queimados, os trabalhadores voltaram a trabalhar parcialmente nesta quinta-feira (9). Por medidas de precaução, algumas empresas de ônibus que levam os trabalhadores até as indústrias localizadas em Suape não colocaram os veículos para rodar. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplanagem (Sintepav-PE), na Petroquímica o movimento está quase normalizado. Já na refinaria, poucos trabalhadores teriam chegado até o trabalho.

Ainde de acordo com o Sintepav, os empresários teriam evitado utilizar os veículos com medo de que os ânimos ainda estivessem exaltados. O G1 entrou em contato com a empresa Astrotur, que disponibiliza cerca de 100 ônibus para levar os trabalhadores até o complexo. O setor comercial confirmou a medida de cancelar as viagens nesta quinta. “Realmente algumas linhas foram suspensas. Estamos fazendo só a linha administrativa. Isso por conta do quebra-quebra que teve ontem, que afetou nossos veículos. Teve um ônibus que a gente tinha comprado há uma semana, e ele foi todo quebrado, dentro e fora”, contou Renato Cirne, supervisor comercial da Astrotur.

O G1 também falou com a empresa RCR, que trabalha com cerca de 200 ônibus em Suape. A medida tomada foi a mesma da Astrotur. “Ligamos para os clientes e combinamos algumas medidas de segurança. Ficou combinado que só iríamos rodar com o administrativo. Vamos ficar conversando para ver como vai evoluir esse processo”, contou Luciana Andrade, assessora da diretoria da RCR.

De acordo com a assessoria da Petrobras, responsável pela refinaria, não houve nenhuma recomendação por parte da empresa para que os ônibus não circulassem. No caso da Astrotur, a supervisão comercial informou que na sexta-feira (10) vai se reunir com as diretorias das indústrias para encontrar formas de ressarcimento do prejuízo causado pelos conflitos. Ainda não se sabe quando os ônibus voltarão a circular normalmente.

Nesta manhã, para evitar tumultos iguais aos que aconteceram na quarta, equipes da PM chegaram a ir até o complexo. A confusão na quinta aconteceu após uma assembleia realizada pelos operários das obras da Refinaria Abreu e Lima, sob comando do Sintepav-PE. A reunião foi realizada para comunicar aos trabalhadores da decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 6ª Região, que decretou a abusividade da greve na terça-feira (7).

Greve

A paralisação foi iniciada no dia 1° de agosto, dias após o Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (Sinicon), que representa os patrões, assinar um acordo com o Sintepav-PE.

Em uma assembleia realizada no dia 27 de julho, sindicato e trabalhadores teriam acertado um aumento salarial de 10,25%, com cesta básica de R$ 260 e equiparação salarial entre os operários das diferentes empresas que atuam em Suape.

Como parte dos trabalhadores se mostrou descontente com o acordo, apenas alguns dias depois, e devido às dificuldades para uma nova negociação, o Sinicon encaminhou à Justiça o pedido de abusividade da greve, que foi acatado pelo TRT.

Fonte: G1 PE

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