O prefeito de Ouricuri, no Sertão do Araripe, Ricardo Ramos – PSDB – após ser eleito em 2016 com uma vitória esmagadora sobre seus adversários que se dividiram em seis candidatos, agora está encurralado pela mesma oposição que parece estar unida. Com um início de gestão ruim, marcada apenas pela entrega de pequenas obras, o atual prefeito viu sua popularidade cair, segundo se comenta no município, por estar afastado da população.
Após assumir o mandato, a população reclama que Ricardo Ramos não conseguiu amenizar problemas básicos da população, como esgotos estourados, ruas esburacadas, mato crescendo por todas as ruas, lixo acumulado pela cidade, escuridão, transporte escolar ineficiente e atraso no pagamento de garis, por exemplo.
Em razão da expressividade na sua votação para Prefeito, já se falava como certo o voo de seu tio Romildo Ramos a Assembleia Legislativa no pleito deste ano O irmão de Biu Ramos, ex-prefeito e pai do atual, era considerado um bom nome pelo fato de ser pessoa próxima da população, entre outros atributos.
Mas com a queda da popularidade do prefeito Ricardo Ramos, cogitou-se o nome da sua esposa, Carol Barros, que, por ser filha de Araripina, em tese, poderia ser bem votada naquela cidade. No entanto, logo o grupo percebeu que o povo de Ouricuri não aceitaria mais votar em deputados de outra cidade. Nessa indecisão e para surpresa do grupo Ramos, a oposição de Ouricuri uniu-se em nome do servidor público Federal e líder popular Antônio Fernando, que foi responsável, ainda que sem mandato, por diversas conquistas em Ouricuri, como por exemplo, a adutora do Oeste que leva água do Rio São Francisco para a cidade.
Assim, após reunirem-se diversos ex-prefeitos e todos os candidatos derrotados das Eleições 2016 para a prefeitura de Ouricuri, lançaram, num ato que marcou a história recente da cidade, o nome de Antônio Fernando para a Assembleia Legislativa de Pernambuco, o que deixou o atual prefeito num beco sem saída.
Com a repercussão e aceitabilidade quase unânime da população em torno de um nome novo e fora de escândalos de corrupção, o atual Prefeito viu-se acuado: votar em Antônio Fernando e ficar ao lado do povo, mas ser taxado de “render-se” à oposição de Ouricuri ou lançar um novo nome e ser interpretado como “atrapalha” aos planos da cidade ter um Deputado Estadual?
Ao que parece, o prefeito Ricardo Ramos escolheu a segunda opção, pois Ouricuri não tendo um Deputado, seu nome ainda ficaria viável para uma possível reeleição em 2020. “O que é pior, bastidores já dão conta que o escolhido para o fiasco pode ser o ex-candidato a prefeito Dr. Anderson Aquino. Entre os eleitores de Ouricuri já existe uma avaliação de que a candidatura de Dr. Anderson, caso ocorra realmente, teria apenas o propósito de atrapalhar o seu primo Antônio Fernando, a quem já havia declarado apoio no ato que lançou sua pré-candidatura numa emissora da cidade. Nessa hipótese, Dr. Anderson seria uma marionete do atual gestor.
Dados internos já dão conta de que o plano do grupo Ramos já foi compreendido pela população e já é certo que poderá ser uma derrota vergonhosa nas urnas em 2018, o que levará ao declínio político seu e do médico da cidade, o que tem deixado o Prefeito num beco sem saída.
Quem não suportou a pressão e já aderiu à candidatura de Antônio Fernando foi o prefeito de Santa Filomena, Cleomatson Coelho. Após perceber a movimentação da população em tordo do servidor público cuidou em descer do barco do secretário Chefe da Casa Civil do Governo de Pernambuco, Nilton Mota.
Resta saber a votação do seu Deputado Federal, o que realmente demonstrará sua força política, pois a candidatura de Antônio Fernando já tem apoio popular e não servirá como parâmetro para avaliar o seu governo, visto como distante do povo. Além disso, o Prefeito de Santa Filomena tem histórico de nunca ter votado no mesmo deputado mais de uma vez, o que assusta a população, pois seus representantes não costumam voltar ao município depois de eleitos.
O Blog acompanha o próximo capítulo dessa história e vai verificar se Ouricuri voltará a ser protagonista na política regional, pois nos últimos anos tem sido apenas objeto de duas famílias da cidade, que mantiveram histórico de obras inacabadas e abandono do povo.