Na sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Petrolina, na manhã desta quinta (28), o destaque foi o forte discurso do presidente da Associação dos Campesinos Afetados pelo Decreto Tatu-Bola (Asscamp), José Aldenilson Damasceno.
Acompanhado do também integrante da Associação, Nilberto Ribeiro, Damasceno esboçou indignação com a atuação do Governo de Pernambuco. “Desse jeito a reserva vai acabar, espero que a Governadora [Raquel Lyra] não trate a gente como criminoso”.
As palavras de Damasceno se destacaram ao falar sobre o Decreto nº 41.546 de março de 2015, que cria o Refúgio de Vida Silvestre – RVS Tatu-Bola. Ele relatou os problemas e angústias sofridas pelos agricultores pelos efeitos desta decisão, que segundo ele, “é uma ação do Estado para tomar as nossas terras, Decreto infeliz de um governo que não pensa nas pessoas”.
Os agricultores que habitam na maior reserva ambiental estadual no Nordeste, sentem a queda na produção agropecuária, os prejuízos com os efeitos do Decreto, como a suspenção de crédito rural nas instituições financeiras e até a inviabilidade instalação de energia elétrica nas propriedades.
Representando a Associação, Damasceno defende a suspensão do Decreto e garante que a área de reserva está preservada. Ele argumenta que são cerca de 110 mil hectares de área de reserva ambiental do Tatu-Bola compreendidos nos municípios de Petrolina, Lagoa Grande e Santa Maria da Boa Vista e o decreto em vigor afeta os agricultores das áreas de ocupação. “Estão esquecendo da importância do Decreto Integral da Reserva do Tatu- Bola, isso é uma covardia”, declarou durante sua participação na sessão da Casa Legislativa”.
Segundo relatos de agricultores, a decisão do Governo de impedir a produção agrícola nas áreas de reserva “é a demonstração de que os políticos não estão levando em consideração que nas áreas de preservação tem, ainda, 5 km no entorno que há produção e há vida”.
Na luta pela revogação do Decreto, os representantes da Asscamp participarão de uma Audiência Pública na Assembleia Legislativa de Pernambuco – Alepe, no dia 23 de outubro, para defenderem o direito a permanência dos agricultores em suas terras e a concessão da produção agrícola nas áreas de reserva.
Momento do discurso de Aldenilson AQUI
Participação completa da Asscamp na sessão da Câmara AQUI
Da Redação