O presidente da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), João Bosco de Almeida, conversou na manhã desta sexta-feira (26), no Recife, sobre o apagão que atingiu todos os estados do Nordeste, além de parte de outros estados no país, nesta madrugada. Ele embarcou para uma reunião de emergência do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, em Brasília. Ele foi convocado logo após o apagão.
Almeida garante que tudo o que é possível ser feito para evitar que essa situação se repita, está sendo feito. “O sistema elétrico é muito sensível, muito delicado para operar e suscetível a falhas, descargas atmosféricas. Nesse caso de ontem [quinta], nós não sabemos com precisão, mas sabemos que foi um incêndio em um equipamento lá na subestação de Colinas, no Tocantins, pertencente a uma transmissora privada do sistema elétrico. O importante é que o sistema voltou a operar normalmente, todos os equipamentos estão sem problemas na área da Chesf e esperamos agora trabalhar mais ainda na expansão do sistema, com aumento da segurança, para que essas ocorrências diminuam”, afirma o presidente da Chesf.
Antes do embarque, o presidente explicou que as causas do apagão serão esclarecidas nessa reunião em Brasília. Segundo Almeida, todo o sistema elétrico brasileiro é interligado. “Quando você tem um grande desequilíbrio entre a carga, que no caso era muito maior, e a geração, a qualidade da energia, oscilação e frequência de tensão, recomenda-se que você desligue tudo e, em seguida, recomponha o sistema com estabilidade. Na hora que perdemos 50% da geração, há um desequilíbrio entre a oferta e a demanda, a carga. Por conseguinte, as usinas estão protegidas para não operar em situação de desequilíbrio. Porque essa situação pode oferecer uma energia fora da qualidade, frequências variando, tensões oscilando, então é necessário realmente desligar”, explica Almeida.
Providências
O presidente da Chesf detalhou também o que está sendo feito para evitar novos apagões – o último que atingiu a Região Nordeste foi no dia 22 de setembro deste ano. “O outro foi um defeito fora da Região Nordeste, foi menos intenso do que esse. Já se investiu muito nos últimos oito anos, um investimento no sistema foi de R$ 160 bilhões, tem um programa também para os próximos dez anos também dessa ordem. O que nos tranquiliza é que temos energia em quantidade suficiente para atender a região Nordeste”, afirma Almeida.
Reunião em Brasília
“Sempre que há uma ocorrência de porte significativo no sistema elétrico, existe o Comitê de Monitoramento instituído pela Presidência da República e esse comitê toda vez que tem uma ocorrência grande, se reúne. Nós vamos lá discutir com o Ministério, Aneel e o Operador Nacional para fazer uma avaliação dessa ocorrência, o que foi que houve, se tem alguma medida imediata que precisa ser tomada em função do que aconteceu e analisar de fato qual foi o problema. Esse é um problema muito complexo, o desligamento de todas as usinas térmicas e hidráulicas do Nordeste, 108 subestações no Nordeste, tudo isso precisa ser analisado. O que posso adiantar é que os desligamentos que aconteceram no Nordeste, na área da Chesf, ocorreram conforme está planejado, diante da perturbação dessa dimensão”, diz o presidente.
Brasil
O apagão atingiu os estados do Maranhão, Paraíba, Bahia, Ceará, Alagoas, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe, além de parte do Pará, Tocantins e Distrito Federal.
O ONS confirmou a falta de energia na região a partir da 0h14 de sexta. Em nota oficial, o órgão afirma que a causa do apagão pode ter sido um curto-circuito em uma linha de transmissão que fica em Colinas, no Tocantins. Essa linha interliga os sistemas Sul, Sudeste, Centro-oeste e Norte-Nordeste.
Esta é a segunda vez nos últimos 35 dias que ocorre um apagão na Região Nordeste. Em 22 de setembro, segundo o ONS, um problema nas interligações Sudeste/Norte e Sudeste/Nordeste atingiu o fornecimento de energia elétrica em parte da região Nordeste do país.
Fonte: G1 PE
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