A presidente Dilma Rousseff quer explicações efetivas sobre o apagão que afetou, na madrugada de sexta-feira, o Norte e o Nordeste do país. Segundo fontes do governo, a presidente foi informada logo cedo pelo próprio ministro interino de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, sobre o ocorrido e ficou bastante “irritada”. Depois do encontro com Dilma, o ministro avaliou que os apagões recorrentes de energia ocorridos nas últimas semanas não são resultado de falta de investimento por parte das concessionárias do setor elétrico. “Nunca se investiu tanto na expansão da rede como nos últimos 10 anos”, garantiu. Para o ministro interino, as ocorrências também não estão diretamente ligadas ao processo de renovação das concessões de energia que vencem a partir de 2015, com redução no custo da eletricidade para os consumidores.
A queda na energia atingiu 11 estados. Segundo o Operador Nacional dos Sistema (ONS), houve um incêndio em um equipamento entre duas subestações de energia de Colinas (TO) e Imperatriz (MA). Em 22 de setembro, faltou energia em seis estados da Região Nordeste. Em 3 de outubro, o apagão atingiu as regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Norte. No dia seguinte, cerca de 70% do Distrito Federal ficou sem luz. O ministro descartou que o apagão ocorrido entre anteontem e ontem seja fruto de sabotagem. “Não há a menor hipótese. Isso seria viável se você provocasse dano do equipamento, vandalismo. O equipamento teve problema de proteção, e esse equipamento falhou. Então, não tem menor probabilidade”, afirmou o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp.
Segundo Zimmermann, na semana que vem o ONS deve apresentar um relatório técnico sobre o episódio. A apuração mais aprofundada, fruto da verificação feita pelos técnicos do governo no local do incidente, não tem prazo para ser concluído. Ele disse, ainda, que será feito um “pente-fino” em todo o sistema elétrico para verificar se a manutenção está adequada para prevenir novos apagões. Segundo ele, a verificação começou após a primeira falha e agora será ampliada.
“Quando tivemos, em outro evento, falha da proteção primária, se elaborou protocolo de manutenção. Esse protocolo é inédito em termos de Brasil e estamos começando então nas principais instalações esse tal pente-fino que estávamos programando. Vamos estender isso para todas as empresas transmissoras para justamente termos uma avaliação correta dos procedimentos que as empresas estão adotando e dos demais órgãos do setor elétrico.”
Fonte: Estado Minas
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