Política

Prima acusa Campos de favorecer filho no PSB

imagemA vereadora do Recife Marília Arraes (PSB) demonstrou sua irritação quanto ao que considera uma interferência na disputa pelo controle da Juventude Socialista Brasileira (JSB-PE) de maneira a favorecer o filho do ex-governador de Pernambuco e presidenciável pela legenda, Eduardo Campos, João Campos. Marília, que é prima de Campos, postou em sua página no Facebook que o processo pela disputa interna pelo comando da JSB-PE está sendo comprometido”. Embora tenha evitado citar o nome de João Campos, ele anotou que “Existe uma articulação maior para que outro jovem, sem envolvimento na juventude partidária, assuma o posto de Secretário Estadual da JSB-PE, cargo principal, por meio do qual terá assento na Executiva Estadual do PSB”.

Em sua postagem, a vereadora observa que duas chapas estavam posicionadas na disputa pelo controle da JSB-PE, mas que existe uma articulação em prol do favorecido que não possui “envolvimento na juventude partidária”, prejudicando a democracia interna do partido. “Devemos ensinar à nossa juventude (inclusive ao jovem beneficiado!) que é natural ao processo político ser escolhido por alguém influente? Perdoem-me, companheiros e lideranças partidárias, mas a escola política em que cresci não me ensinou esta fórmula”, escreveu.

O presidente estadual do PSB, Sileno Guedes, disse ao jornal Folha de Pernambuco que João campos deverá realmente assumir o cargo como secretário da JSB-PE, mas nega que haja qualquer tipo de favorecimento. Para o dirigente estadual, João Campos construiu um consenso entre as duas chapas e, desta forma, obtendo o apoio necessário a uma candidatura de consenso. Sileno destacou, ainda, que João Campos está fazendo um caminho próprio, “sem precisar pegar caminhos mais fáceis”.

Confira abaixo o post publicado por Marília Arraes em sua página no Facebook.

Sobre intervenção nos processos democráticos da JSB – PE

Talvez por ter tido intensa convivência com meu avô, Miguel Arraes, principalmente nos seus últimos anos de vida, tive a oportunidade de compartilhar com ele o ideal de que um partido bem estruturado, que forme quadros preparados e politizados, é essencial para a consolidação da nossa tão jovem democracia. Ainda faço parte da JSB e acredito que a minha participação sempre ativa como militante foi de grande relevância para a minha formação política e contribuiu bastante no caminho que sigo hoje como vereadora do Recife, eleita por duas vezes, e como ex-secretária municipal de Juventude e Qualificação Profissional. Acredito (e acreditarei até os meus últimos dias) na importância da democracia e da liberdade de expressão.

Assim sendo, sinto-me atingida, como militante, ao ver um movimento oposto ao da democracia na JSB-PE. Após anos de formação, militância e articulação com as juventudes socialistas do interior e da Região Metropolitana do Recife, foram formadas duas chapas, compostas por jovens companheiros que dedicaram alguns de seus poucos anos de vida à militância partidária. As chapas seriam submetidas a disputa por voto dos delegados municipais, ou então por um acordo e composição, conduzida por estes mesmos jovens quadros em formação. Todo o movimento faz parte da formação política de nossos futuros líderes e é de suma importância pra construção de um partido onde impere a legitimidade.

O processo, no entanto, está sendo comprometido. Existe uma articulação maior para que outro jovem, sem envolvimento na juventude partidária, assuma o posto de Secretário Estadual da JSB-PE, cargo principal, por meio do qual terá assento na Executiva Estadual do PSB.

Ora, como podemos propor a formação de novos quadros, se impedimos a juventude de se organizar, articular e, por fim, legitimar a sua própria postulação? Ou devemos ensinar à nossa juventude (inclusive ao jovem beneficiado!) que é natural ao processo político ser escolhido por alguém influente? Perdoem-me, companheiros e lideranças partidárias, mas a escola política em que cresci não me ensinou esta fórmula.

Sei que muitos que estão lendo devem concordar com tudo o que foi exposto e, por um motivo ou outro, não podem se manifestar. Entretanto, o importante é que saibamos qual o caminho correto e que busquemos, da forma que for possível, fazer da política um instrumento de fortalecimento da justiça social e da democracia. (PE247)

Blog do Banana

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