A Prefeitura de Juazeiro, através da Secretaria de Educação e Juventude (Seduc), por meio do Núcleo de Cidadania dos Adolescentes (NUCA), realizou na tarde desta segunda-feira (13), no auditório da Seduc, uma mesa redonda com o tema: “Tinha que ser mulher”, mediada pelas representantes da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), Licelma Bomfim e Rosineide Motta, delegadas da Deam, Thaís Benevides, coordenadora do serviço de investigação da Deam, Taciana Albuquerque, psicóloga do Centro de Atendimento Psicossocial – Espaço Humanizar/NAPSI, e a fonoaudióloga, Clara Alves.
A iniciativa faz parte da programação alusiva ao Dia Internacional da Mulher, e reuniu estudantes da rede municipal de ensino para um bate papo, com o objetivo de trazer reflexões para a sensibilização e conscientização no combate à violência contra a mulher, divulgando os serviços especializados da rede de atendimento à mulher em situação de violência e os mecanismos de denúncia existentes, além de trazer de forma lúdica, situações cotidianas onde as diversas formas de violência se manifestam, deixando o alerta para uma identificação desses episódios.
De acordo com Greice Kelly Alves, mobilizadora do NUCA, o tema da roda de conversa, “Tinha que ser mulher”, buscou alertar e questionar situações rotineiras sobre a violência contra mulher, além de apontar conquistas e espaços de poder ocupados por mulheres, a exemplo da prefeita Suzana Ramos. “‘Tinha que ser Mulher’ corresponde a uma frase estigmatizada, utilizada por várias gerações, mas que hoje tem ganhado um novo significado, o de que nós mulheres merecemos, respeito e que estamos ocupando todos os espaços, inclusive os considerados mais importantes. Hoje temos grandes mulheres ocupando posições de poder, a exemplo da nossa querida prefeita Suzana Ramos, a primeira prefeita de Juazeiro-BA, que abriu alas e tem encorajado outras mulheres a ocuparem espaços, antes preenchidos, majoritariamente por homens”, disse Greice.
“A ideia é esclarecer para o público adolescente, as diversas formas de violência, especificamente as sofridas por mulheres, trazendo informações sobre os direitos inerentes a mulher. A iniciativa é um convite para o despertar de situações violentas e abusivas, de invalidação da existência feminina, de questionamentos de comportamentos e vestimentas, de restrições de amizades, somado a todo discurso que reforça as diversas formas das manifestações de violência, perpassadas por gerações por falta de conhecimento. Ações como esta viabilizam o empoderamento feminino no combate a esse ciclo de agressões”, comentou Taciana Albuquerque, psicóloga do Centro de Atendimento Psicossocial – Espaço Humanizar/NAPSI.
Thaís Benevides, coordenadora do serviço de investigação da Deam, falou sobre a contribuição da iniciativa. “Esse momento contribui com a oferta de informações sobre a importância de saber identificar o que é violência contra a mulher, deixando a comunidade escolar, especialmente as adolescentes, cientes das diversas formas de violência, e principalmente, dos meios legais de onde buscar ajuda, para que elas se sintam seguras e encorajadas a denunciar, evitando consequências ainda mais danosas para suas vidas, ou para a vida de outras mulheres com as quais elas convivem”, contou Thaís.
Estudante do 8° ano do ensino fundamental, da Escola Municipal Dom Avelar Brandão Vilela, Miriam Marques Santana, de 15 anos de idade, avaliou a iniciativa. “Achei esse momento fundamental, para os homens aprenderem que não são donos das mulheres, e para as mulheres entenderem que não devem ser submissas a homem nenhum, que são livres para vestir o que quiserem, ir onde quiserem, e principalmente, sabendo que roupa não é convite para assédio. Aprendi também sobre as leis de proteção à mulher, e como realizar uma denúncia em caso de agressão”, finalizou Miriam.
Texto: Camila Santana – Ascom/Seduc/PMJ
Fotos: Edinazio Dias – Ascom/PMJ