Economia

Projeções do Banco Central indicam inflação acima da meta até início de 2028

BC indica Selic parada em 15% por período “bastante prolongado”

As projeções oficiais de inflação do Banco Central continuando apontando para uma inflação acima da meta até o primeiro trimestre de 2028, segundo a atualização divulgada no Relatório de Política Monetária publicado nesta quinta-feira. O BC espera que o IPCA – índice oficial de inflação – feche 2025 em 4,8%, acima do teto, fique em 3,6% no fim de 2026, chegue a 3,2% no encerramento de 2027 e alcance 3,1% no primeiro trimestre de 2028. A meta é de 3,0%, com limite de tolerância de 1,5% a 4,5%.

As estimativas superiores a 3% vão ao encontro do tom duro da comunicação do Comitê de Política Monetária (Copom), que indicou que a taxa Selic deve permanecer em 15% por “período bastante prolongado”. projeção atual também é de de 3,4%.

As estimativas superiores a 3% vão ao encontro do tom duro da comunicação do Comitê de Política Monetária (Copom), que indicou que a taxa Selic deve permanecer em 15% por “período bastante prolongado”.

“O cenário atual, marcado por elevada incerteza, exige cautela na condução da política monetária. O Comitê seguirá vigilante, avaliando se a manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta”, disse o Copom.

O cenário de referência do BC leva em conta as projeções para a taxa Selic do Boletim Focus, que apontavam taxa de 15% no fim de 2025 e de 12,38% no término de 2026.

Com base nesse cenário, o BC também divulgou a probabilidade de estouro da meta, ou seja, de a inflação ultrapassar o limite superior de 4,5%. Para 2025, o risco subiu de 68% para 71%, frente ao relatório de junho. Para 2026, essa chance permaneceu em 26%.

O BC destaca que a probabilidade não implica mais em risco de descumprimento da meta, pois, no regime contínuo, isso é caracterizado quando a inflação fica seis meses consecutivos acima do limite de referência no acumulado em 12 meses. Mas, segundo a autoridade monetária, é uma das referências para avaliação dos riscos envolvidos nas projeções.

O BC já descumpriu a meta no primeiro teste do novo regime. O IPCA acumulado foi de 5,35% nos 12 meses terminados em junho. Na carta enviada ao Ministério da Fazenda para explicar os motivos do estouro, a autoridade monetária afirmou que espera que a inflação volte para intervalo de tolerância a partir do primeiro trimestre de 2026. Mas o BC frisou que seu compromisso é com a meta de 3,0% e que suas decisões são tomadas para que esse objetivo seja alcançado ao longo do horizonte relevante.

Fonte: FolhaPE

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