Quando comer muito se torna um Transtorno de Compulsão Alimentar?

Por Ricardo Banana
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Psicóloga explica o que é a condição e as formas de tratamento 

O Transtorno de Compulsão Alimentar Periódico (TCAP) é um distúrbio caracterizado pela ingestão exagerada e descontrolada de alimentos em um curto período, sem que haja fome ou necessidade fisiológica. As causas desta condição podem envolver fatores pessoais e externos. Já as consequências são a nível físico, psicológico e emocional. De acordo com dados de 2021 da Organização Mundial de Saúde (OMS), quase 5% dos brasileiros sofrem de TCAP. É essencial debater esta temática para oferecer o suporte necessário às pessoas afetadas, visando melhorar as saúdes física e mental delas. 

Iana Lemos, docente do curso de Psicologia da UNINASSAU Petrolina, explica que a compulsão alimentar pode ser desencadeada em homens e mulheres por diversos agentes, principalmente emocionais, sociais e ambientais. “Os mais comuns incluem estresse, ansiedade, depressão, tédio, solidão, dietas restritivas e insatisfação com a imagem corporal. Muitas pessoas podem apresentar o hábito de ‘descontar’ na comida as tristezas, irritações e frustrações, tendendo a comer alimentos mais calóricos e em maior quantidade. No entanto, para se configurar como TCAP é necessário atender certos critérios diagnósticos”, ressalta.

“A lista de indicativos da compulsão alimentar inclui episódios frequentes e recorrentes de ingestão excessiva de alimentos em um curto período, nos quais a pessoa sente perda de controle e come sempre rapidamente, mesmo quando não há fome física. Em seguida, sente-se culpada ou envergonhado(a), além de apresentar possíveis alterações no peso corporal”, pontua Iana. 

O TCAP pode trazer várias consequências negativas para a vida de quem o desenvolve. “Além de problemas de saúde física, como ganho de peso evidente, aumento do risco de desenvolver diabetes tipo 2 e doenças cardíacas, ele pode afetar o bem-estar emocional e psicológico da pessoa. Neste caso, há chances de sofrer baixa autoestima, depressão, ansiedade, se isolar socialmente e, até mesmo, ter dificuldades nas relações interpessoais”. 

Iana assegura que existem tratamentos profissionais adequados para a compulsão alimentar, os quais são realizados por psicólogos e/ou psiquiatras com especialização. “Terapias cognitivo-comportamental, comportamental dialética, de grupo e, em alguns casos, o uso de medicamentos, são algumas soluções. Todavia, é fundamental que o paciente esteja disposto a gerenciar e controlar os episódios. Ou seja, aliar esses métodos com mudanças no estilo de vida, incluindo a rotina alimentar, que deve ser orientada por um nutricionista”, conclui.

Com informações: Giovanna Monteiro – Assessora de imprensa

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