Quase 140 milímetros de chuva deixam famílias em situação de risco

Por Ricardo Banana
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Sem títuloSão quase 140 milímetros de chuva registrados nos últimos seis dias em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, pelo Laboratório de Meteorologia da Universidade Federal do Vale do São Francisco. As chuvas começaram na sexta-feira (13) e continuaram até a madrugada desta quarta (18). Somente na sexta-feira (13) foram 70 milímetros. Entre os dias 14 e 18 de dezembro, choveu em média 67,6 milímetros em Petrolina. A previsão é mais chuvas pelo menos até o próximo sábado (21).

“A quantidade de chuva está quase ultrapassando a média histórica de chuva para a região no mês de dezembro, que é 60 a 70mm no máximo”, explicou o técnico do Laboratório de Meteorologia, Manoel Gregório.

Os efeitos são percebidos em cinco áreas de risco da cidade, onde vivem 635 famílias, segundo levantamento da Prefeitura. Elas estão em ocupações no Cosme e Damião, Vila Dilma, Carneiro, Cacheado e Jardim Petrópolis.

Nesta quarta (18), o G1 voltou ao Cacheado, zona oeste de Petrolina. Na ocupação, cinco pessoas ficaram desabrigadas com a primeira precipitação. O último levantamento da Defesa Civil apurou que cerca de 10 famílias correm o risco de terem as casas destruídas.

A população teme que a situação se agrave por causa da chuva e mais famílias tenham que procurar outra moradia.

Raimundo de Lima perdeu a casa que morada a esposa e os três filhos.

A família do agricultor Raimundo de Lima, de 44 anos, viu a casa que morava, junto à família, desabar com a intensidade da chuva. “Quando a casa caiu, os móveis que tínhamos, quebraram todos”, contou. Atualmente a família mora em outra casa, com a ajuda da irmã de Raimundo. “Estamos recebendo ajuda de familiares e fomos para outra casa, na Rua 01 do mesmo bairro”, disse Raimundo.

Há três semanas, a Defesa Civil da cidade distribuiu lonas plásticas para 410 famílias que moram em áreas de risco. Foram 350 lonas para o Cacheado e 60 para a Vila Dilma. Ao todo, 9 mil metros quadrados de lona.

Edivani da Silva questiona sobre a distribuição de lonas pela prefeitura para os moradores. “Quando chove, os fiscais trazem lona preta e eu pergunto pra que que serve uma lona preta, pois quando chove, ela até dá um jeito, mas se esquentar ela rasga”, explicou a moradora.

A líder comunitária do Cacheado, Marília de Araújo Pereira, de 39 anos, cobra do município soluções para que o número de desabrigados não aumente. “Precisamos que o projeto de construção de casas populares, que já existe, vire realidade”, reforçou. Outra cobrança da líder comunitária é o acúmulo de lama pelas ruas. “Tem rua que nem carro passa e as crianças ficam andando na lamas e no esgoto”, declarou a comunitária.

O secretário de habitação, Ednaldo Lima, explicou que o projeto de construção da casas está dependendo da autorização por parte da Câmara de Vereadores de doação dos terrenos. “Caso a Câmara aprove a doação, a perspectiva é que em janeiro as obras comecem”, afirmou o secretário. Com relação às lonas, Ednaldo disse que a defesa civil está monitorando as famílias que podem estar em risco. “Nós estamos monitorando o trabalho da Defesa Civil. As casas que têm risco de desastre, as famílias irão para abrigos momentâneos no próprio do bairro”, explicou.

Fonte: G1 Petrolina

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