Na manhã do primeiro dia de Assembleia, as participantes se aprofundaram sobre o autocuidado. A psicóloga e professora universitária Clara Sousa assessorou o momento, trazendo o histórico do termo “cuidado” desde a Grécia Antiga à atualidade, além de destacar a importância do autocuidado hoje para as mulheres. De acordo com a professora, o autocuidado é um processo com diversas etapas e que acontece de forma diferente a partir da história e vivência de cada pessoa.
A psicóloga ressaltou também que é fundamental pensarmos o cuidado de forma coletiva, o que requer “organização, pois sem isso não se cuida de si, nem do outro, nem da natureza”. Como forma de representar o compromisso com o autocuidado, as participantes da Assembleia, em sua maioria mulheres de comunidades tradicionais de fundo de pasto, fizeram pequenas esculturas de argila.
Outro assunto debatido durante a Assembleia da Rede Mulher de Pilão Arcado foi a violência contra as mulheres. A advogada Marcela Vale e o psicólogo do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) Samuel Moraes facilitaram a discussão sobre a temática. Eles abordaram os tipos de violência doméstica, as raízes desse problema (divisão sexual do trabalho, machismo) e a necessidade de políticas públicas efetivas que favoreçam a autonomia das mulheres.
Após as discussões, as participantes elencaram algumas prioridades a serem trabalhadas pela Rede Mulher no próximo ano, como o fortalecimento dos grupos de mulheres e demandar dos poderes públicos a criação do Conselho da Mulher e da ronda Maria da Penha no município. A Assembleia contou ainda com uma Noite Cultural e, no encerramento, com uma Missa celebrada pelo Pe. Pedro Alves.
Esta edição da Assembleia Municipal de Pilão Arcado também contou com a presença de mulheres das comunidades Lagoa Comprida, Lagoa do Arroz e Baixão dos Bois, de Campo Alegre de Lourdes, que participaram pela primeira vez do evento. A Assembleia foi realizada Rede Mulher e contou com o apoio de outras organizações, como a Comissão Pastoral da Terra (CPT), através do projeto financiado pela Manos Unidas.
Texto e fotos: CPT Juazeiro