Sem aliança, Humberto Costa e João Paulo terão que suportar liderança de Marília Arraes

Por Ricardo Banana
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Os projetos pessoais ganharam nova cena política dentro do Partido dos Trabalhadores (PT), em Pernambuco. O senador Humberto Costa e o ex-prefeito do Recife, João Paulo, precisam sair com mandato das eleições deste ano, para sobreviverem politicamente na legenda.

Sem mandato, ambos, declinam dentro do partido e a vereadora do Recife e pré-candidata a governadora, Marília Arraes, passará a ser a principal liderança da sigla no estado, se já não for.

O cenário eleitoral e político, principalmente, para João Paulo é dos piores, tendo em vista que vem para o processo eleitoral deste ano carregando duas derrotas, respectivamente, em 2014 paraFernando Bezerra Coelho (Senado) e 2016 para Geraldo Júlio (Prefeitura da Cidade do Recife).

Por outro lado, o senador Humberto Costa deverá descer do segundo escalão federal para o terceiro, sendo candidato a uma cadeira na Câmara dos Deputados.

Na reunião da última sexta-feira, dia 9, em São Paulo, com o ex-presidente, Luís Inácio Lula da Silva, eles não conseguiram vender a ideia do “arrumadinho político” entre o PT e PSB em Pernambuco para as eleições, tendo a Executiva Nacional feito várias exigências para a construção desta aliança.

Entre as exigências, estaria a retirada da candidatura de Márcio Lacerda, do PSB, para o Governo de Minas Gerais, além da coligação nacional para tirar o PT do isolamento a nível nacional.

Executiva Nacional do PT avalia a pauta como a construção de uma aliança programática e eleitoral com os partidos de centro-esquerda: PCdoB, PDT, PSB e PSOL.

Após essas exigências, que estão alinhadas ao interesse nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Lula, então, pensaria em retirar a candidatura de Marília Arraes, ou seja, o líder-mor acredita que o Governador Paulo Câmara (PSB) não teria poder para construir esse acordo, sendo assim, a candidatura da neta de Miguel Arraes continuaria firme, pelo menos em tese.

Ao final da reunião, Humberto Costa e João Paulo deixaram São Paulo com uma amplitude ainda maior sobre o poder de influência que a candidatura de Marília Arraes ganhou na corrida eleitoral estadual e nacional.

Na pior hipótese, Arraes indo para o segundo turno das eleições ao Palácio do Campo das Princesas, se torna favorita a corrida de 2020 a Prefeitura da Cidade do Recife.

Lula, então, demonstrou para Humberto e João Paulo, que com relação à eleição em Pernambuco estaria tranquilo com a candidatura própria, e que não baixaria a guarda para Frente Popular, capitaneada por Paulo Câmara.

Para sobreviver politicamente, a dupla petista precisa rifar a candidatura de Arraes e vencer as eleições, caso contrário terão que atura os afagos de popularidade a companheira de partido e nova líder da cúpula e da militância. O silêncio do presidente do PT de Pernambuco, Bruno Ribeiro, é um sinal de que isso já é realidade. (Robério Sá)

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