Setor aéreo precisará de pelo menos R$ 250 bilhões para se recuperar após crise do Coronavírus no Brasil, diz presidente da Azul, John Rodgerson

Por Ricardo Banana
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Em entrevista ao jornal digital Poder 360, exibido no SBT neste domingo, 22, o presidente da Azul Linhas Aéreas, John Rodgerson, revelou que o setor aéreo brasileiro precisará de pelo menos R$ 250 bilhões para se recuperar após a pandemia do Coronavírus no Brasil.

“Nos Estados Unidos já existe uma negociação com o setor que gira em torno de U$ 50 bilhões, o que seria algo em torno de R$ 250 bilhões no Brasil. Lá eles já estão com as negociações bastante avançadas, pois sabem da importância dessa indústria para o País”, argumentou John.

O executivo informou ainda que como medidas para ajudar o Brasil a passar por essa crise, todos os salários da diretoria foram cortados pelo metade, inclusive o dele, e que a empresa dará licença não remunerada a grande parte dos seus funcionários.

“De 1000 voos diários, passamos a operar apenas 25%. Deixamos de operar em 46 cidade após a quarentena”, revelou.

Para socorrer o setor, o governo federal editou uma MP (medida provisória) dá prazo de 12 meses para que as empresas devolvam aos consumidores o valor das passagens compradas até 31 de dezembro de 2020 para voos cancelados.

Também foi adiado o pagamento das outorgas aeroportuárias, contribuições pagas pela concessão, sem cobrança de multas, para até 18 de dezembro de 2020.

“O que o governo fez foi ajudar nesse momento. Tem muitas pessoas cancelando. Isso vai ajudar as pessoas a marcarem no futuro”, diz o presidente da Azul.

Pelas regras, o cliente pode remarcar sem nenhum prejuízo. “A gente acredita que essa crise vai passar. Não sabemos se isso vai ser 1 mês, 2 meses, 3 meses, mas logo vai acabar e as pessoas poderão viver a vida normal de novo.” 

“O governo está fazendo a coisa certa. A Secretaria de Aviação Civil, o ministro Tarcísio [Infraestrutura], Guedes [Economia] estão focados nas coisas importantes. Mas agora é guerra. Nosso maior problema agora é que temos brasileiros fora do Brasil que precisam voltar. Isso que nós estamos fazendo agora. As fronteiras estão se fechando. Esse é a hora. Depois temos que pensar como vamos recomeçar para ajudar a aviação civil.” 

Para Rodgerson, o segmento de aviação terá duas fases na crise. A 1ª é a atual, em que é preciso de capital de giro. O executivo cita que o governo também pode ajudar reduzindo impostos sobre a folha de pagamento, burocracia e outros encargos tributários.

“Nós vamos precisar de [capital] de giro. Não sei se têm que ser subsidiados, mas temos que ter capital de giro para resgatar [capacidade operacional] neste momento. Nossa indústria é mundial. Se as empresas na Europa, Estados Unidos e Ásia estão recebendo essas linhas do governo, temos que fazer a mesma coisa aqui também.”

A 2ª fase, depois da pandemia, será a de estímulos para que as pessoas voltem a voar. (Com Poder 360)

 

 

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