Em entrevista coletiva à imprensa internacional nessa sexta-feira, 13, a presidente afastada Dilma Rousseff disse que seu governo sofreu “toda sorte de sabotagem” como forma de viabilizar sua queda.
Dilma disse que as elites do país usaram o impeachment como meio de implementar um programa de governo que não teria apoio das urnas, liberal na economia e conservador em outras áreas, como cultural e social.
“Nós, há 15 meses aproximadamente, sofremos toda sorte de sabotagem na tentativa de governar”, afirmou. “Estávamos enfrentando uma crise e precisávamos de tomar medidas que deviam ser aprovadas pelo Congresso. Sistematicamente, todas as saídas propostas no sentido de sair da crise foram ou invalidadas, bloqueadas, ou aceitas só parcialmente.”
A presidente voltou a afirmar que o governo interino de Michel Temer não tem legitimidade. “Tentam e querem utilizar agora da prerrogativa do impeachment fraudulento, portanto do golpe, para poder executar seu programa de governo que não foi aprovado nas urnas. Porque o programa que eu defendi, a que dei suporte, é de continuidade dos programas sociais, da inclusão social, da retomada do crescimento econômico”, afirmou.
Dilma também criticou a formação 100% masculina e branca do gabinete de Temer, anunciada na quinta-feira, quando o peemedebista tomou posse como presidente interino. “Eu lamento que depois de muito tempo não haja mulheres e negros no ministério. Negro e mulher (no governo) é fundamental se você quer construir um país inclusivo, não só do ponto de vista social, mas cultural e dos direitos humanos”, criticou.
“Acho que é um governo (…) que vai ser liberal na economia e extremamente conservador na área de cultura, na área social, está mostrando isso na sua formação.” (247)
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