O Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE) fez uma série de recomendações à Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) para aprimorar as ações de combate à desertificação e aos efeitos da seca. A decisão foi tomada por unanimidade em sessão da Primeira Câmara, nessa semana, no julgamento de auditoria operacional sobre a execução da Política Estadual de Combate à Desertificação e de Mitigação dos Efeitos da Seca nos anos de 2022 e 2023, com foco no semiárido e nos impactos sobre o Bioma Caatinga.
Em seu voto, o relator do processo nº 22100653-9, conselheiro Carlos Neves, menciona os achados do relatório de auditoria, como a falta de coordenação entre os diferentes níveis de governo, o baixo número de unidades de conservação (UCs) na caatinga (apenas 14% de todas as UCs no Estado), e a insuficiência dos recursos investidos no combate à desertificação e na convivência com o semiárido.
O voto também destaca que o semiárido já representa quase 90% do território pernambucano e podem estaristo na lei estadual nº14.091/2010, para financiar o desenvolvimento e execução de políticas públicas transversais. No voto aprovado, o relator também recomendou a ampliação das unidades de conservação na caatinga, e o cadastro e monitoramento das áreas suscetíveis à desertificação.
Lista
Ao todo são 25 recomendações, entre as quais:
– Coordenar, em conjunto com os órgãos das diferentes esferas de governo, as ações referentes ao combate à desertificação;
– Elaborar um plano de ação integrado com o apoio técnico e financeiro de diferentes setores do governo, da iniciativa privada e de organizações não governamentais;
– Regularizar e aplicar as normas previstas em lei para a política estadual, incluindo a criação do Fundo Estadual de Combate à Desertificação;
– Desenvolver incentivos para projetos sustentáveis, combate à desertificação e preservação da caatinga;
– Elaborar cadastro de áreas suscetíveis à desertificação e criar sistema de informações sobre a prevenção e combate à desertificação;
– Criar sistema de monitoramento e fiscalização ambiental das áreas suscetíveis à desertificação;
– Ampliar a quantidade e estruturar as Unidades de Conservação (UCs) do Bioma Caatinga.
A auditoria foi conduzida pela equipe da Gerência de Fiscalização de Saneamento, Meio Ambiente e Energia do TCE-PE, e fez parte de uma Auditoria Operacional Coordenada Regional que envolveu também os Tribunais de Contas do Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte e Sergipe, e o Tribunal de Contas da União (TCU). O trabalho recebeu elogios dos conselheiros Rodrigo Novaes e Eduardo Porto, presentes à sessão. As informações são da Gerência de Jornalismo (GEJO).