Rafaela Silva sofreu uma eliminação dramática na última segunda, foi ao Twitter e bateu boca com seguidores. O episódio rendeu uma reprimenda à judoca, que até pediu desculpas na rede social. De cabeça fria, Rosicleia Campos, técnica da seleção feminina, contou em detalhes o que fez a pupila perder a compostura.
“Chamaram ela de macaca, que tinha de estar na jaula, que ela era uma vergonha e devia voltar rastejando para o Brasil. Não estou justificando, mas explicando. Ela acabou de sair de uma eliminação difícil, em que ela era cotada para a medalha, vai à internet falar com as pessoas que estão torcendo por ela e lê ofensas desse tipo? Quem devia ir para a jaula é quem falou isso. Nem eu estou preparada para lidar com algo nesse nível”, disse Rosicléia Campos.
Logo após o incidente a CBJ acionou o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) para informar o ocorrido. Rafaela Silva foi consultada e pediu para que o caso fosse esquecido, assim como seu treinador, Geraldo Rodrigues. O ministro do Esporte Aldo Rebelo, no entanto, não quer que o caso acabe em Londres.
“Isso é inadmissível. Criticar ou julgar um atleta tudo bem, mas o crime de racismo é inaceitável. Acho que o Governo tem de tomar providências. Vou pedir uma investigação à Polícia Federal”, disse o político, que falou que o desejo da atleta de não seguir adiante com o caso não vai fazê-lo mudar de opinião.
“Acho que não, porque a ofensa racista não ofende só a atleta, mas ofende ao país. Já pedi ao pessoal para investigar o que aconteceu”, disse o ministro, em conversa pelo telefone com o UOL Esporte.
Rosicléia revelou que após o incidente Rafaela foi chamada para conversar com Ney Wilson, coordenador-técnico da CBJ. Ela foi orientada a não acessar ou postar nada nas redes sociais, para evitar novas polêmicas.
Fonte: UOL
Blog do Banana