UFPE favorece cotistas

Por Ricardo Banana
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Na disputa para ingressar nas graduações da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), os candidatos que cursaram todo o ensino médio em escola pública terão mais vagas no vestibular que aqueles que estudaram em colégio privado. O Conselho Coordenador de Ensino, Pesquisa e Extensão (CCEPE) da universidade decidiu que caso o vestibulando concorrente no sistema de cotas tenha média suficiente para ser aprovado na seleção sem precisar da cota ele ocupará a vaga do sistema universal. A vaga da cota, então, será liberada para ser preenchida por um outro candidato cotista. O conselho também definiu as datas das provas da segunda fase do vestibular: 13 e 14 de janeiro de 2013. Permanece o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), dias 3 e 4 de novembro, como a primeira etapa do processo seletivo.

“”O entendimento da UFPE é que se o candidato cotista tem desempenho bom para não precisar da cota, ele vai diminuir a chance de inclusão de um outro estudante que necessita da cota. Por isso a decisão de colocá-lo no grupo de vagas dos não cotistas””, justifica a pró-reitora acadêmica Ana Cabral. “”O perfil do aluno de escola pública não muda de uma hora para outra. Pelo histórico dos últimos vestibulares, percebemos que, mesmo com o bônus de 10% que concedíamos até o ano passado, era baixo o percentual de candidatos de colégios públicos aprovados nas graduações mais concorridas. Em medicina, por exemplo, em 2011, foi 3,6% e nas engenharias, 6,5%””, complementa.

Também ficou acertado que em vez de destinar 12,5% para as cotas neste primeiro ano de vigência da lei, a UFPE reservará 15% para egressos da escola pública. As universidades têm até 2016 para separar 50% das vagas para alunos de escolas públicas.

Em relação ao período de inscrições no vestibular, a data ainda não foi anunciada. Segundo o presidente da Comissão do Vestibular (Covest), Armando Cavalcanti, o cronograma completo será divulgado até quarta-feira da próxima semana (dia 31). Mas, independentemente disso, é certo que o listão dos aprovados só sairá em fevereiro de 2013, dificultando, por exemplo, as matrículas nos cursinhos pré-vestibulares.

A decisão não agradou muito os feras. Aluna do Colégio Motivo, a estudante Amanda Alves, 17 anos, discorda da medida. “Acho a decisão injusta. A lei das cotas diminui a quantidade de vagas para alunos de escolas privadas. Agora a concorrência ficará ainda mais acirrada pois vamos perder a vaga de quem não é cotista para um candidato cotista se ele tirar nota boa. São essas decisões que nos deixam cada vez mais com medo do vestibular”.

O estudante Israel Barbosa, 17 ano, do Ginásio Pernambucano, também discorda da decisão. “Acho desleal pois terei mais vagas para concorrer. O correto era não existir cotas. Defendo que houvesse mais investimento do governo para qualificar a escola pública. Assim quem estudar em colégio público terá as mesmas condições de competir com quem veio da escola privada”, completou.

Fonte: JC Online

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1 comentário

Jair Lima 23 de outubro de 2012 - 18:52

Esse pensamento da UFPE vai de encontro à justificativa da cota, que é ter uma porcentagem fixa de alunos oriundos da escola pública. Do jeito que a UFPE vai fazer, o percentual cotidta será superado. Assim agrada o PT e consegue mais verbas, esse sim o real motivo para o total alinhamento, às vezes até superando o populismo governamental.

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