Ricardo Banana

Uma conversa afiada sobre a Transposição do Rio São Francisco

Na onda de matérias especiais sobre a seca no Nordeste, confira o texto publicado no Blog Conversa Afiada, do jornalista Paulo Henrique Amorim. Esse artigo mostra a importância de LER e ASSISTIR NAS ENTRELINHAS os discursos dos meios de comunicação e como, quase sempre o buraco é mais fundo.

NAVALHA

Primeiro, o que é a transposição do rio São Francisco ?

A obra prevê a construção de mais de 600 quilômetros de canais de concreto em dois grandes eixos (norte e leste) ao longo do território de quatro estados (Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte) para o desvio das águas do rio.

Ao longo do caminho, o projeto prevê a construção de nove estações de bombeamento de água.

Não se trata, portanto, de um puxadinho na sede da Globo em São Paulo, aquele terreno grilado que o Cerra transferiu aos filhos do Roberto Marinho – eles não tem nome próprio.

Agora, vamos ouvir o “outro lado”, como costuma fazer a hipocrisia pigueana (*):

Em audiência pública no Senado nesta terça-feira (11/XII/2012), o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, disse que a transposição do Rio São Francisco deverá estar concluída em 2015. Ele reconheceu que o projeto “não se encontra no ritmo em que deveria estar”, mas ressaltou que 43% da obra já foram executados e que 33 contratos encontram-se em execução.

Entre as principais dificuldades enfrentadas pelo projeto, que prevê custo total de R$ 8,2 bilhões, Fernando Bezerra citou falhas no projeto básico da obra, iniciado em 1999; o abandono da obra por algumas empresas; a fragmentação da obra entre 90 construtoras; a inexistência de titularidade de terras; a burocracia ligada às desapropriações; e a necessidade de incrementos e adição de serviços novos, que culminaram na paralisação de lotes da obra em 2009 e 2010.

– A negociação de cada um desses contratos é uma dificuldade infernal, em função daquilo que encontramos, fruto de decisões [anteriores] tomadas com amparo legal, pela dimensão e pela complexidade da obra – afirmou.

Ou seja:

1) a obra, esse “puxadinho”, está 43% concluída;

2) a lambança foi feita pelo iluminado Governo do Farol de Alexandria, cujo projeto inicial deu os problemas que agora se conhecem;

3) o superfaturamento e o sobre-preço foram cancelados nos Governos Lula e Dilma e novas licitações, feitas;

4) apesar da incomparável fotografia de Paulo Zero desta “reportagem” “fantástica”, a Dilma não tem culpa na seca do Nordeste;

5) e sobre o espectro eletromagnético que a Globo explora, “quem paga é você”, amigo navegante

6) levante-se da cadeira e lute por uma Ley de Medios, para enfrentar o poder desses Gilbertos Freires com ï” (**)

Em tempo: sobre a transposição das águas do São Francisco, recomenda-se ir aos links:

http://www.pac.gov.br/agua-e-luz-para-todos/recursos-hidricos

http://www.pac.gov.br/obra/4244

http://www.pac.gov.br/obra/8058

http://www.pac.gov.br/obra/15346

Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) Ali Kamel, o mais poderoso diretor de jornalismo da história da Globo (o ansioso blogueiro trabalhou com os outros três), deu-se de antropólogo e sociólogo com o livro “Não somos racistas”, onde propõe que o Brasil não tem maioria negra. Por isso, aqui, é conhecido como o Gilberto Freire com ï”. Conta-se que, um dia, D. Madalena, em Apipucos, admoestou o Mestre: Gilberto, essa carta está há muito tempo em cima da tua mesa e você não abre. Não é para mim, Madalena, respondeu o Mestre, carinhosamente. É para um Gilberto Freire com “i”. (Blog do Vinicius de Santana)

Blog do Banana

 

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