“Uma ideia dessas para se materializar ‘como alternativa’ depende de estudos e da viabilidade socioambiental”, diz senador FBC sobre transposição do rio Tocantins

Por Ricardo Banana
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O projeto emblemático e faraônico do deputado federal Gonzaga Patriota (PSB), guardado há 27 anos no gabinete do parlamentar em Brasília (DF), que versa sobre a Transposição de águas do rio Tocantins, para o rio Preto, na Bahia, e consequentemente promover a união com o rio São Francisco, parece ser mais um sonho de papel do parlamentar com o objetivo único: angariar votos para permanecer mais um bocadinho na capital do Brasil.

Sobre o assunto, a reportagem do Blog do Banana conversou com exclusividade nesta quinta-feira (17) com o senador da República Fernando Bezerra Coelho (PSB) quando da visita que o político fez a cidade de Santa Cruz da Venerada. Mesmo entendendo a situação caótica porque passa o Rio São Francisco, o senador que já foi ministro da Integração Nacional ressaltou que para pensar em transposição é preciso fazer um estudo amplo sobre o tema, mas o que temos até agora sobre essa transposição é apenas um pré-estudo de viabilidade, que define os eventuais traçados por onde essa água deveria chegar ao rio São Francisco.

“Para que a gente possa de fato ter base para uma discussão dessas é importante à contratação de um estudo. A contratação de um estudo que envolve um projeto básico e até mesmo um projeto executivo demandaria algo em torno de 2 a 4 anos. Só para dar uma ideia às pessoas que querem se aprofundar desse tema”, enumerou o senador. 

De acordo com Fernando Coelho, após a feitura do projeto definitivo e caso ele seja viável do ponto de vista econômico é preciso que seja feito a discussão da sustentabilidade que é a solicitação da licença ambiental. Ele lembrou que a licença ambiental da transposição do rio São Francisco que envolvia a transposição de água dentro da mesma bacia levou 4 anos, porque todo mundo tem que opinar e ser ouvido como a comunidade do Tocantins os ambientalistas e os atores da sociedade civil.

“O que eu quero dizer com isso é que nós estamos falando de uma ideia que como alternativa merece ser estudado, mas é algo que se materializa no mínimo dentro de 5 a 8 anos”, pontou o senador com argumentos sólidos baseado em sua experiência de ministro da integração.

Por fim, Fernando Bezerra Coelho, esclareceu que é preciso considerar outras obras antes desta obra da transposição de água do rio Tocantins.

“E que obras seriam essas? Primeiro proteção das nascentes do São Francisco; segundo recuperação da mata ciliar ao longo de todo o rio e terceiro construção de barragens nos tributários do São Francisco em Minas e na Bahia, 90% da água do São Francisco é formada em Minas e no estado da Bahia, e outra ação reclamada pelos parlamentares da Bahia é a dragagem nos trechos assoreados do rio São Francisco, para que quando a chuva volte a água possa chegar até o lago de Sobradinho, concluiu o senador.

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