UNE pede que forró seja Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade

Por Ricardo Banana
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Estudantes pedem que o forró seja reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, a exemplo do que ocorreu com o frevo no mês passado. Na 8ª Bienal de Arte e Cultura da União Nacional dos Estudantes (UNE), músicos e especialistas discutiram a importância do ritmo e do grande homenageado do evento, o sanfoneiro Luiz Gonzaga. O sobrinho de Gonzagão, Joquinha Gonzaga, acredita que com a força do movimento estudantil o forró receberá o reconhecimento. “A importância do forró é muito grande. É uma cultura muito rica, uma cultura que meu tio Gonzaga deixou. Nós estaremos aqui de chapéu de couro na cabeça e sanfona no peito para defender o ritmo”, disse.

O forró é o principal ritmo nativo do Sertão nordestino. Popular em todo o Brasil, sua disseminação se deu por meio da intensa imigração dos nordestinos para outras regiões do País. Como Patrimônio Imaterial da Humanidade, o forró será protegido a fim de que permaneça vivo para as gerações futuras. O título é concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A lista de patrimônios culturais imateriais reúne, atualmente, 232 elementos de 86 países. Os estudantes pretendem entregar uma carta com o pedido à ministra de Cultura, Marta Suplicy, que deve estar presente nesta quinta-feira (24) no evento.

O cantor e compositor Fred 04, vocalista do grupo Mundo Livre S/A e um dos expoentes do movimento mangue beat – surgido na década de 1990 em Pernambuco e que envolveu artistas como Chico Science, do grupo Nação Zumbi, misturando ritmos como maracatu, rock, ritmos eletrônicos – reforçou a importância do forró e afirmou que o ritmo ultrapassa os grupos que o tocam e tem grande influencia também sobre outros grupos e ritmos e sobre o próprio movimento do mangue beat. “Mesmo que não seja de uma forma consciente, acabamos nos envolvendo também pelo ritmo”, comentou.

Além de grupos musicais, o forró, sob o nome de Luiz Gonzaga, foi importante para que o Sertão brasileiro fosse conhecido, segundo explicou o colecionador e especialista em Gonzagão, Paulo Vandeley Tomaz. “Ele foi um grande divulgador do sertão. Criou a música (Olha a Pisada) que divulgou o cangaço, que remete ao bando de Lampião”, completou. A UNE pede também 2% do Produto Interno Bruto (PIB) para cultura. (Agência Brasil)

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