Valorizar o legado da população negra é romper com o racismo

Por Ricardo Banana
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O Dia da Consciência Negra, lembrado em 20 de novembro. A data faz referência ao dia da morte de Zumbi dos Palmares, símbolo nacional de luta e resistência negra. A população negra ainda luta contra o racismo presente na sociedade. O IMIP está empenhado no combate ao problema e, neste mês, dedicará suas atividades de luta contra o preconceito para discutir o racismo e quais caminhos adotar para diminuir esse mal.

O Serviço Social do IMIP preparou um material destacando a importância do Dia da Consciência Negra e discutir o racismo.

Confira abaixo:

O Brasil foi o último país a abolir a escravidão no Ocidente. Nossa formação Sócio-Histórica e Cultural foi marcada pela violência do processo colonizador. Ao longo desse processo, a população negra, trazida à força do continente africano, submetida à condição de trabalho escravo, criou inteligentes estratégias de sobrevivência e resistência dos seus saberes, culturas, linguagens e práticas religiosas. Uma destas estratégias historicamente construídas foram os quilombos, que se constituíram enquanto espaços de liberdade, resistência e de refúgio, além de serem lugares de propagação dos modos de vida e da cultura negra.

Mesmo diante de toda essa contribuição, esta população, que foi desde o princípio submetida às piores condições de vida e de trabalho e excluída dos espaços de poder, até hoje enfrenta dificuldade de acesso ao trabalho, moradia, bens e serviços, por conta do racismo.

Entendemos racismo como a crença na existência de raças, e que algumas delas são superiores e outras inferiores. O conceito de raça é entendido como uma construção social e histórica desvinculado de qualquer construção em bases biológicas. O racismo e a descriminação racial se expressam de várias formas, podemos listar a dificuldade de autodefinição da população negra, não valorização da estética negra, violência obstétrica, institucional, intolerância religiosa, entre outras.

Como forma de enfrentamento ao racismo e a discriminação racial no Brasil foram implementadas políticas de ação afirmativa, por exemplo, as cotas raciais, que são medidas de reparação histórica e de ampliação do acesso da população negra adotadas pelo Estado e pela iniciativa privada para a correção das desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportunidades. Outro mecanismo de enfrentamento ao racismo são as leis que criminalizam esta prática, como a Lei 7.716/89, conhecida como Lei Caó, formulada pelo ex-político e militante negro Carlos Alberto Caó de Oliveira e a lei 12.288/2010, o Estatuto da Igualdade Racial.

Diante desse contexto podemos afirmar que são inúmeras as lutas travadas pelos movimentos sociais e organizações da sociedade civil no enfrentamento às injustiças e mazelas sofridas pela população negra. É importante relembrarmos esta data, 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, que faz referência ao dia da morte de Zumbi dos Palmares, símbolo nacional de luta e resistência negra.

*Do IMIP Pernambuco.

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