A ex-gerente de Abastecimento da Petrobras Venina Velosa da Fonseca atribuiu, em seu primeiro depoimento à Justiça Federal, a responsabilidade pela “escalada de preços” em aditivos contratuais da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, ao ex-diretor de Serviços da estatal Renato Duque.
Venina era pessoa do círculo de confiança do ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa – preso pela Operação Lava Jato da Polícia Federal e beneficiado pelo sistema de delação premiada -, já havia revelado, em novembro, que havia alertado a direção da Petrobras sobre os desvios.
Ela disse ao juiz federal Sérgio Moro que foi criado um novo modelo de contrato de maneira que a Diretoria de Abastecimento viesse a possuir um controle maior sobre a execução dos contratos. Segundo Venina, a implantação, porém, foi barrada pelo diretor de Serviços na época, Renato Duque. Em seu depoimento a ex-gerente disse que Duque teria chamado para si a responsabilidade pela execução do cronograma.
Venina confirmou, ainda, que o ex-diretor Paulo Roberto Costa foi indicado pelo PP para ocupar o cargo na Diretoria de Abastecimento.
A ex-gerente também já responde a quatro irregularidades que resultaram na elevação de gastos e que apontam a existência de um cartel na implantação da refinaria pernambucana. Ela é citada em um contrato que teria sido firmado entre a Petrobras e uma das empreiteiras do cartel que teria causado prejuízos de R$ 25 milhões.
A Refinaria Abreu e Lima, no Complexo Industrial e Portuário de Suape, em Pernambuco, teve suas obras iniciadas em 2007 e ainda não está 100% concluída. Ao longo dos anos, o projeto inicialmente orçado em US$ 2,5 bilhões teve o seu custo ampliado para US$ 18,5 bilhões. (Pernambuco 247)
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