É viável a citricultura no Vale do São Francisco? Esta indagação será debatida por produtores durante mesa redonda programada para encerrar o workshop que irá avaliar o potencial dessas frutas para o negócio agrícola e a diversificação de cultivos na região.
O evento, a ser realizado no dia 17 de maio, das 14h00 às 18h, no Auditório do Complexo Multieventos da UNIVASF, em Juazeiro (BA), é uma atividade da Feira Nacional da Agricultura Irrigada (Fenagri).
À frente da sua organização estão duas Unidades da Embrapa (Semiárido e Mandioca e Fruticultura) que realizam pesquisas com pomelos e limas ácidas, desde 1996, e, a partir de 2005, com laranjas, tangerinas, limas doces e limões verdadeiros.
Débora Bastos, pesquisadora da Embrapa Semiárido, explica que o workshop quer expandir entre os segmentos agrícolas e acadêmicos da região os resultados obtidos com plantios feitos em áreas experimentais, mas que são promissores o bastante para estimular o investimento privado no cultivo comercial dessas frutas.
Atualmente, no submédio do vale do rio São Francisco, a área plantada com citros ainda não alcança os 500 ha e quase toda ela ocupada por pés de limão. De acordo com Débora, já há tecnologia disponível para sustentar o plantio das outras frutas citrícas.
A quantidade de informações que já está sistematizada pelos pesquisadores das duas Unidades da Embrapa permite aos agricultores manejarem com acerto os pomares e obter boa produtividade. Segundo Débora, já se tem definição quanto ao uso de diferentes variedades copas e porta-enxertos, ao clima, manejo da irrigação e do solo, controle de pragas e doenças e qualidade pós-colheita.
No caso da laranja, os estudos chegaram à técnica de indução da produção que pode fazer os agricultores planejarem suas safras para o primeiro semestre do ano (janeiro até início de abril) quando o mercado brasileiro é abastecido com frutas vindas do Uruguai e da Argentina, principalmente. “Produtores do Norte de Minas Gerais que manejam o cultivo de Tangerina Ponkan para colher fora de época têm conseguido vender tudo o que colhem”, afirma.
O que tem sido gerado pela pesquisa é que o workshop pretende levar para o debate por um público formado por produtores, empresários, engenheiros agrônomos, técnicos agrícolas, além de professores e estudantes de níveis superior e médio.
Diante das demandas por novas opções de cultivo para as áreas irrigadas do semiárido brasileiro, o evento vai traçar um bom perfil das oportunidades produtivas e econômicas dos citros para o negócio agrícola da região. O importante é que essa discussão está sendo feita de forma conjunta pela pesquisa e por quem está no campo, ponderando oportunidades para investir seus recursos.
O workshop está com as inscrições abertas no endereço eletrônico www.fenagriexpovale2013.com.br
Mais informações:
Débora Costa Bastos – pesquisadora
Gilberto de Souza Pires – Núcleo de Comunicação Organizacional
Fernanda Birolo – Jornalista (MTb/AC 81)
Marcelino Ribeiro – Jornalista (MTb/BA 1127)
Embrapa Semiárido – 87 3866 3734
Programa:
14h00 – Abertura
Natoniel Franklin de Melo – Chefe Geral da Embrapa Semiárido;
Domingo Haroldo Reinhardt – Chefe Geral da Embrapa Mandioca e Fruticultura;
Rinaldo Moreira Moraes – Surpevisor de Agronegócios do Sebrae – BA.
Programação
14h30min – Aspectos econômicos do citros no Nordeste com ênfase no semiárido – Orlando Sampaio Passos – Embrapa Mandioca e Fruticultura.
15h10min – Comportamento das espécies cítricas no semiárido – Débora Costa Bastos – Embrapa Semiárido.
15h50min – Comercialização de citros nos mercado interno e externo – Gabriel Bitencourt Almeida – Ceagesp.
16h30min – Intervalo.
16h45min – Mesa redonda e debate: É viável a citricultura no Vale do São Francisco?
Moderador: Rinaldo Moreira Moraes
Debatores: Jean Louis Peytavin – Produtor / Marcos Moares – Produtor
17h45min – Encerramento.
Orlando Sampaio Passos
Débora Costa Bastos
Rinaldo Moreira Moraes