A obesidade tem sido um grave problema da saúde pública mundial. E pode ser responsável por diversos distúrbios, inclusive sexuais, como a redução da libido e da ereção. Essas duas situações podem impactar não somente a saúde mental dos pacientes, mas também a estabilidade da sua relação íntima.
Segundo o dr. Luiz Henrique Nunes, médico urologista, andrologista e pós-graduado em obesidade e sarcopenia, as alterações da libido e da ereção podem estar diretamente ligadas à obesidade. Elas podem ser consequências de uma disfunção psicológica, hormonal ou orgânica. “A libido é a vontade, o desejo de a pessoa ter relação sexual. E a ereção, no caso dos homens, é ter o fluxo sanguíneo que faz com que o pênis tenha o desempenho adequado para a relação sexual. Enquanto o desejo tem forte influência emocional e hormonal, a ereção pode ser alterada por fatores orgânicos, como diabetes, colesterol aumentado e sedentarismo. Seja no coração ou naqueles que compõem o sistema vascular e podem causar AVC e infarto, e ainda os vasos do pênis, que inclusive, estão mais suscetíveis por serem de menor calibre”, afirma.
Ele explica que “muitos pacientes obesos têm uma negação ou medo de exposição do seu corpo durante a relação sexual, isso libera uma alta carga de adrenalina e, assim, ocorre a vasoconstrição dos vasos sanguíneos do pênis, dificultando a ereção”. Além disso, fenômenos fisiológicos como a redução da testosterona também contribuem para as disfunções sexuais.
E reforça a importância de tratar a obesidade, uma vez que, dessa forma é possível melhorar o bem-estar sexual e emocional dos pacientes. Portanto, é essencial que as pessoas que estão acima do peso busquem tratamentos, a fim de prevenir disfunções sexuais.
“No tratamento da obesidade a gente consegue ter uma melhora dessas questões, mas em muitos casos, quando ocorre a perda de peso, essas alterações se resolvem, pois fazemos um tratamento em conjunto. Para os pacientes que mantêm essas alterações mesmo após a perda de peso, pode ser necessário fazer a reposição hormonal para melhorar a libido ou uso de medicações para manter a ereção”, fundamenta dr. Luis Henrique.
