CPI aprova convocações de Perillo e Agnelo e rejeita a de Cabral

Por Ricardo Banana
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O presidente, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), à esq., e o relator, deputado Odair Cunha (PT-MG), durante a sessão da CPI  (Foto: Pedro França / Agência Senado)A CPI criada para investigar o elo do bicheiro Carlinhos Cachoeira com políticos e empresários aprovou nesta quarta-feira (30) a convocação dos governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT). A convocação do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), foi rejeitada por 17 votos a 11.

Agnelo e Merconi Perillo são citados por integrantes da quadrilha de jogo ilegal comandada por Cachoeira em conversas telefônicas gravadas pela Polícia Federal. Sérgio Cabral aparece em fotos durante uma viagem a Paris ao lado do presidente licenciado da construtora Delta, Fernando Cavendish. De acordo com a PF, a Delta transferiu recursos a empresas fantasmas do grupo de Cachoeira.

A convocação de Perillo foi aprovada por unanimidade e a de Agnelo, por 16 votos a 12. A data dos depoimentos ainda não está definida.

Entre os que defenderam que o governador do Distrito Federal não fosse convocado estava o relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-SP). A convocação de Agnelo foi aplaudida em plenário pela oposição.

Cunha propôs adiar mais uma vez, para o dia 12 de junho, a votação de requerimentos de convocação de governadores, mas a maioria dos parlamentares decidiu apreciar os pedidos na tarde desta quarta.

Os integrantes da CPI rejeitaram requerimento para analisar as convocações em bloco – optaram por analisar o caso de cada governador individualmente.

Debates

Durante o debate sobre os requerimentos, o senador Pedro Taques (PDT-MT) criticou a possibilidade de adiamento da votação.

“Estamos discutindo há 30 minutos se vamos transformar essa CPI numa farsa. Estamos enrolando essa decisão. […] Temos decidir a convocação no voto. Temos que votar sim ou não à vinda dos governadores e que cada um assuma responsabilidade política pelo seu voto”, afirmou.

O líder do PSDB, Bruno Araújo (PE), afirmou que Marconi Perillo quer falar na CPI. “Eu acabei de receber telefonema do governador Marconi Perillo e ele disse que quer comparecer na próxima reunião”, disse.

Nesta terça (29), o governador de Goiás compareceu espontaneamente à CPI, negou envolvimento com a quadrilha de Cachoeira e se colocou à disposição para depor.

Antes da votação da CPI, nesta quarta, Sérgio Cabral disse no Rio que não pretendia se oferecer para depor na CPI como fez Marconi Perillo. “O governador de Goiás tem as razões dele e eu respeito. Há 250 mil gravações e meu nome não aparece em nada”, afirmou.

O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) afirmou que não há “prejulgamento”, nem acordo com relação à convocação dos governadores. “Não há acordo. O que queremos é a convocação dos três governadores”.

Sigilos

Mais cedo, ainda na reunião da CPI desta quarta, foi adiada a votação de pedido de quebra de sigilo telefônico e de SMS de Perillo.

Deputados do PSDB protestaram pelo fato de não terem sido colocados em votação, também, requerimentos que solicitavam a quebra dos sigilos dos governadores do PT e do PMDB.

“Não pode haver dois pesos e duas medidas”, argumentou o líder do PSDB, Álvaro Dias (PR).

O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) disse considerar que ainda não é necessário quebrar os sigilos dos três governadores. Segundo ele, é preciso antes chamá-los para depor à CPI.

“Vamos abrir um precedente que nunca se teve numa CPI. Nenhum deles, até o presente momento, se viu envolvido com a organização criminosa a ponto de ter a quebra de sigilo autorizada”, afirmou o deputado, para quem a quebra de sigilos é uma “medida de exceção” que só deveria ser tomada depois de esgotados outros meios de prova.

Por sua vez, Odair Cunha afirmou que há indícios que justificam a quebra do sigilo do governador de Goiás. Segundo ele, há 237 referências a Perillo nas gravações telefônicas registradas pela Polícia Federal na investigação sobre o grupo de Cachoeira.

“São condutas individualizadas e há nos autos da Polícia Federal mais evidências contra o governador Marconi Perillo. Os cheques para pagamento da casa foram parar na conta dele. Há nível de envolvimento diferente com a organização criminosa”, disse.

Diante das divergências, o vice-presidente da CPI, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), decidiu adiar a votação da quebra de sigilo de Perillo.

Também adiou requerimentos que autorizavam acesso da comissão a dados bancários, fiscais e telefônicos dos deputados Stepan Nercessian (sem partido-RJ), Sandes Junior (PP-GO) e Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), citados nas investigações da Polícia Federal sobre a quadrilha do bicheiro Carlinhos Cachoeira.

Fonte: G1

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