Prestes a ser denunciado, Temer cede a pressão de ruralistas e exonera presidente da Funai

Por Ricardo Banana
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Após voltar a ser pressionado pela bancada ruralista, Michel Temer exonerou o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Franklimberg Ribeiro de Freitas, que deverá deixar o cargo até a próxima segunda-feira. Demissão veio após um grupo de 40 senadores e deputados ligados ao setor apresentar uma carta ao emedebista alegando que o presidente da Funai estaria desconsiderando projetos de interesse da bancada ruralista.

A bancada ruralista vem sendo um dos principais pontos de apoio de Temer no Poder. O custo deste apoio já teria custado cerca de R$ 30 bilhões aos cofres públicos, seja por meio de perdão de dívidas ou na liberação de emendas parlamentares. A bancada também pressionou Temer para obter vantagens na compensação de crimes ambientais e aprovou a chamada “portaria do trabalho escravo”, que mudou as regras previdenciárias para os agricultores e que foi alvo de críticas em nível mundial.

Por meio de nota, a Frente Parlamentar Agropecuária diz que o pedido de “exoneração imediata” aconteceu devido a “demanda trazida por populações indígenas insatisfeitas com o desempenho” de Franklimberg. Ainda segundo a nota, 170 lideranças indígenas teriam assinado a carta que foi entregue a Temer.

O Ministério da Justiça ainda tentou segurar Franklimberg no cargos em sucesso. “É uma semana difícil, pelas celebrações do Dia do Índio. E, na semana que vem, são esperados 5 mil índios”, disse o ministro da Justiça Torquato Jardim, em referência ao Acampamento Terra Livre, principal evento de encontro indígena do Brasil que acontece em Brasília entre os dias 23 e 27 deste mês.

Franklimberg, que é general de brigada, assumiu a presidência da Funai em janeiro do não passado sob críticas em função da chegada de militares à instituição no governo Michel Temer. (247)

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