A mais recente pesquisa Datafolha mostra que a campanha difamatória contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não apenas deixou de surtir efeito como também já se volta contra quem a perpetrou.
O levantamento, divulgado ontem, mostra arranhões na imagem do juiz federal Sérgio Moro.
Agora, apenas 23% dos entrevistados dizem que votariam em um candidato indicado pelo magistrado. Já com Luiz Inácio Lula da Silva, 29% dos brasileiros se dizem dispostos a votar em um nome que ele indique.
A rejeição ao magistrado praticamente se equiparou à do ex-presidente. Enquanto 45% dizem que não votariam de jeito nenhum em um nome indicado por Moro, este número é de 48% com Lula.
Confira abaixo um artigo que explica bem esta situação:
Por Fernando Brito, editor do Tijolaço
As projeções de 2° turno, antecipadas ontem, já indicavam o que á mostrado em plenitude pelos dados completos do Datafolha realizado nos dois últimos dias de novembro: a rejeição a Lula caiu de forma marcante e, tecnicamente, voltou ao patamar anterior à campanha de desmoralização que lhe moveram a Lava Jato e a mídia, que atingiu seu ápide às véspera do impeachment de Dilma Rousseff, com 57%
39% dizerem, agora, que não votariam em Lula “de jeito nenhum” não é muito diferente do preconceito que ele carrega desde sempre, mesmo nos melhores momentos de prosperidade econômica em seus governos.
Movimento inverso teve seu algoz, o juiz Sérgio Moro, que ostenta o mesmo nível de rejeição, ao ponto de que um candidato por ele indicado teria igual nível de recusa (44%) que o mesmo teria se a indicação fosse de Lula (45%). Aliás, neste quesito, Alckmin que se cuide: 62% dizem não votar em um candidato indicado por Fernando Henrique Cardoso e 81%, como se ensaia, recusariam o voto ao candidato indicado por Michel Temer.
Os números revelam duas realidades políticas.
A primeira é que Lula enfrentou e venceu o “Exército Islâmico”, este Isis judicial midiático que praticamente tomou conta do país desde 2015. Progressivamente, recuperou o território e, agora, começa a reunir aliados para uma ofensiva definitiva. É verdade que as forças fundamentalistas de mercado ainda têm a “bomba H” de uma condenação, mas detoná-la destruiria a si próprios, dividindo ao meio o país que querem controlar.
Além disso, levam à conclusão de que o “meu programa é ser o anti-Lula“pode ainda ser suficiente para levar um candidato ao 2° turno, mas não reúne, na hora da decisão, mais de um terço dos eleitores. Proporção que, alás, também progressivamente se reduz.
Há um ano e quatro meses, os resultados de um eventual segundo turno, onde Lula é franco favorito, segundo o Datafolha (veja aqui os atuais, publicados no post anterior) eram algo que hoje parece inacreditável: Aécio teria 38% e Lula 36%; Alckmin obteria o mesmo resultado; Marina atingiria 44% e Lula só 32% e até José Serra iria a 40%, deixando Lula com 35%.
Progressivamente, a vida real vai se impondo à propaganda de massas e o país vai orientando os vetores de seus desejos na direção da própria sobrevivência.
Resta saber se a vontade popular nascerá livremente das urnas ou se sofrerá um aborto violento nas cortes judiciais. (247)
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