Anunciada na última sexta-feira, 1 de dezembro, a intenção do deputado estadual Odacy Amorim (PT) de colocar seu nome como pré-candidato por seu partido ao governo de Pernambuco na eleição do ano que vem, fez surgir algumas ponderações. Uma seria que ele pode criar com essa estratégia, o caminho ideal para deixar o partido, caso seu nome seja rejeitado para o bate-chapa na conquista da vaga de candidatura própria para encabeçar a chapa majoritária em 2018.
Tudo porque como o PT definiu ter candidatura própria em 2018 e no mesmo tempo dessa decisão, colocou para apreciação dos pernambucanos o nome da vereadora do Recife, Marilia Arraes, ex-socialista, neta do ex-governador Miguel Arraes e que ingressou no PT após travar uma queda de braço no PSB, legenda que integrava, com o líder maior dos socialistas na época, o então governador Eduardo Campos, seu primo.
Marília queria que o PSB não deixasse a base da presidente Dilma Rousseff e fosse com a reeleição da petista, mantendo os petistas na base no estado, mas Eduardo resolveu romper com o PT. A vereadora então não acompanhou sua sigla e após os desentendimentos internos, Marília trocou o PSB pelo PT.
Por todo esse histórico, Marília Arraes vem projetando seu nome entre os petistas e demais eleitores como pré-candidata do PT ao governo com seu nome já citado em pesquisas. Ai surge Odacy anunciando também sua vontade de colocar seu nome para a apreciação do partido na disputa majoritária estadual. Diz que seu histórico também caminha com as mesmas posições que o PT defende, mesmo antes quando integrava o PSB.
Surge aí um imbróglio difícil para a executiva estadual petista resolver, até porque existe outra frente que defende uma reaproximação do PT com o PSB que tem o governador Paulo Câmara candidato á reeleição. Pelo visto, os petistas pernambucanos vão ter muito pepino para resolver nas vésperas das definições para o pleito do próximo ano.
E caso deixe o PT, o deputado Odacy Amorim pode voltar ao PSB. Ele saiu em 2012 por causa de desavenças com o grupo do senador Fernando Bezerra Coelho que agora está fora do partido. Ou seja, o obstáculo principal já não existe mais e nos bastidores, o que se comenta é que Odacy tem seu nome muito bem avalizado pelo governador Paulo Câmara (PSB) que disputará a reeleição.
Lucas e Cristina
Por outro lado, ao abrir mão de uma reeleição praticamente certa para o terceiro mandato de deputado estadual ou buscar apoios para se colocar na disputa a uma vaga na Câmara Federal, Odacy poderá estar fortalecendo os nomes do deputado estadual Lucas Ramos, PSB, que possui base na região do petista e que anunciou que vai em busca da vaga de deputado federal; e da vereadora Cristina Costa, companheira de Odacy no PT e que pode herdar o eleitorado do deputado petista e conquistar uma cadeira na Assembleia Legislativa de Pernambuco.
O xadrez é pesado e o que se pode fazer agora é esperar as definições, porque 2018 já começou na política pernambucana e brasileira.
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