O projeto lançado nesta segunda (15) tem como objetivo dar assistência integral às vítimas de crimes e atos infracionais contra a vida, dentre eles o feminicídio, sejam elas diretas ou indiretas
O Brasil é o 5º país que mais viola a liberdade das mulheres no mundo. A cada seis horas, uma mulher é vítima de feminicídio em solo brasileiro. Os dados foram apresentados pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) nesta segunda-feira (15), durante o lançamento do projeto Promotoria de Justiça de Portas Abertas às Vítimas.
Somente no estado, segundo dados da Secretaria de Defesa Social (SDS), o número de feminicídios aumentou em 9.21% com relação ao mesmo período do ano passado, passando de 76 para 83 mulheres desde o dia 1º de janeiro até o dia 10 de dezembro.
Diante deste cenário, projeto lançado nesta segunda-feira (15) pelo MPPE tem como objetivo dar assistência integral às vítimas de crimes e atos infracionais contra a vida, dentre eles o feminicídio, sejam elas diretas ou indiretas (filhos, pais, etc).
O lançamento fez parte do conjunto de ações comemorativas da Semana do MPPE, que celebra a instituição do órgão no estado. Iniciada no domingo (14), as atividades seguem até a próxima quarta-feira (17).
“O projeto é uma forma de sensibilizarmos os nossos servidores, que atuam nos 184 municípios e Fernando de Noronha, a garantir um atendimento atencioso à vítima. As estatísticas do Núcleo de Apoio às Vítimas demonstram que 70% são mulheres. E a maioria delas são vitimadas em idade produtiva [economicamente]. Então, é preciso que a gente promova essa escuta porque a fragilidade de quem é vítima de uma violência doméstica, aliada ao trauma que se teve, por vezes dificulta ela se dirigir ao estado como um todo para buscar ajuda”, afirmou o procurador geral de Justiça do MPPE, José Paulo Xavier.
Vítimas
Desenvolvida pelo Núcleo de Apoio às Vítimas de Crime (NAV), a iniciativa é destinada a prestar apoio às promotorias de justiça do estado para o acolhimento das vítimas, orientação e fluxo de encaminhamentos para a rede de proteção.“De modo geral, queremos garantir que as pessoas vítimas diretas ou indiretas de crimes contra a vida recebam esse apoio institucional para conseguirem seguir com seus projetos de vida. Todas as promotorias de justiça são e sempre foram um lugar de atendimento às vítimas e o projeto vai estruturar isso, garantir que essas pessoas conheçam melhor os seus direitos. Então, dizer que a promotoria de justiça está de portas abertas às vítimas, a meu ver, vai fazer com que as pessoas se sintam mais à vontade para procurar o Ministério Público”, destacou a coordenadora do NAV, Ana Clézia Ferreira Nunes.
Os encaminhamentos serão acompanhados pelo MPPE, que também deverá articular alternativas e projetos com a Rede de Apoio, em dois eixos de intervenção, para assegurar a proteção adequada das vítimas, prevenir revitimizações e garantir respostas estatais eficientes e sensíveis à perspectiva de gênero.
Fonte: FolhaPE
