Os advogados dos réus Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, e Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, abandonaram o júri do caso Eliza Samudio, nesta segunda-feira (19). Os defensores dos dois acusados não representam mais os réus no julgamento que está sendo realizado. Não há definição ainda se os dois serão representados por defensores públicos.
A juíza interrompeu a sessão para almoço, por volta das 13h30 desta segunda. O intervalo deve durar uma hora.
Ércio Quaresma, que defende o ex-policial Bola, deixou o plenário por causa de um limite de 20 minutos aplicado à defesa. “A defesa não vai continuar nos trabalhos, nós não vamos nos subjugar à aberração jurídica de impor limites onde não há”, disse ele.
A juíza Marixa Fabiane, que preside o júri, disse que a defesa pode “fazer o que quiser”. “Se a defesa declarar essa postura, eu declararei os réus indefesos”, afirmou.
Os outros dois advogados de Bola, Fernando Costa Oliveira e Zanone de Oliveira Júnior, também deixariam o júri. “Nós também abandonaremos o plenário em respeito ao direito de defesa”, disse Oliveira. Advogados de outros réus discutiam sobre deixar ou não o plenário, às 12h50 desta segunda-feira (19). Apenas Leonardo Diniz, defensor de Macarrão, decidiu abandonar o caso.
Além de Bola, o goleiro Bruno Fernandes de Souza e outros três réus são acusados de cárcere privado e da morte de Eliza Samudio, ex-amante do jogador, em caso ocorrido em 2010.
Discussão
No começo do júri, Quaresma já havia discutido com outro advogado, Rui Pimenta, que defende o goleiro. Ele dirigiu-se à juíza Marixa reclamando que Pimenta havia retirado suas coisas da mesa que estava preparada para ele e sua equipe. “Ele foi lá e tirou minhas coisas de lá”, disse Quaresma à juíza.
O advogado dirigiu-se para Pimenta pedindo “elegância”. A magistrada foi dura: “se os senhores não resolverem, eu vou ter que ir lá resolver”. Após cerca de cinco minutos de discussão, os advogados entraram em um acordo.
O defensor de Bola questionou a juíza sobre as tomadas disponíveis para os advogados e chegou a dizer que não havia estrutura para trabalhar no Fórum, pedindo seis computadores, um para cada pessoa de sua equipe.
A juíza Marixa disse que disponibilizou uma tomada para a defesa de cada um dos cinco réus. Ela indeferiu todos os pedidos de Quaresma, que, num certo momento, respondeu rispidamente a Pimenta, outro advogado de defesa.
Tapinha
Quaresma ensaiou dar um tapinha no peito do advogado de Bruno, que respondeu: “não ponha a mão, não”, em um início de atrito. O advogado de Bola seguiu com a discussão, sentando no lugar reservado para Pimenta, e rebateu: “vou sentar e o senhor não vai me tirar daqui”
Fonte: G1
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