Artigo de Marcelo Damaceno

Por Ricardo Banana
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Os candeeiros controlavam as noites calorentas e intermináveis de Petrolina em sua paciente espera pelo futuro. Não havia irrigação nem sonho para derreter o chão em progresso. Mas seu Antônio Dias, fora convidado a fazer a “casa de força” e tirar Petrolina da treva que assolava a avenida Souza Filho contígua a essa Catedral imponente, além dos quatro cantos da cidade que começava no “Alto Cheiroso”, passava pelo Caldeirão da Raposa, via de longe a Vila Mocó e ficava feliz no Atrás da Banca, bairro que era reduto “cancão” e nome oficial como São Vicente de Paulo. Seu Dias, com filhas muitas e poucos filhos, entre estes, Malan. Seu irmão, Epaminondas que seria o servidor-caixa da futura Celpe.

Das lembranças, a presença solene de violões. Um para Malan, outro sob a sintonia do cunhado Sangalo casado com Ivete mãe que deu luz a essa cantora brasileira, Ivete Sangalo. Ivete sobrinha de Malan que ganhou carnavais em trios “elétricos”. Afora essa energia, Malan Cancão fora criado em ambiente artístico e fez de Petrolina todos os seus palcos, suas composições que transitaram em música para Jorge de Altinho, Edinaldo Fonseca, os Feiticeiros de Toinho e Tobinha. Petrolina patinava nos anos 1970 nessa pretensão pra ser metrópole com sua fruticultura futura e os investimentos públicos que nos trouxeram pólo universitário e médico, com a segurança e sustentável do Rio São Francisco aos sonhos e sátiras do Malan Cancão que desenhava ousadia ao futuro que realizou, dando inspiração aos sobrinhos, resplandescente, agora sob as luzes do imenso Vale Sanfranciscano. MALAN DE PETROLINA, Malan para todos, em casa festival ou estações musicais. A odisseia silenciosa de “budegueiros, borracheiros, barbeiros, taxistas, agricultores” também gerou músicos, escritores, poetas e intérpretes do show business que traduz Malan de Petrolina em Mônica e Ivete Sangalo, sobrinhas do movimento pós-tropicalista e voracidade em variado gosto cultural. Malan, sem perceber, é gente nova sob a genealogia que atravessou os mares até essa pátria de Santana a Petrolina. Malan modificou a rotina sem luz nesse chão iluminado. Numa despedida de luz.

 

Com informações: Marcelo Damasceno

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