“Autoriza a renegociação de operações de créditos contratadas ao amparo de recursos dos Fundos Constitucionais de Financiamento do Centro- Oeste (FCO) Nordestes ( FNE) e Norte (FNO)”

Por Ricardo Banana
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Dr. Alexandre Antonio Tombini

Já esta passando da hora do governo federal entender que os desiguais precisam ser tratados desigualmente. De acordo com estudo da EMBRAPA, de feijão, colhe-se dois mil quilos de grãos por hectares, enquanto no sudoeste são 25.000 ( Vinte e cinco ) mil quilos. O Paraná, em um hectare de milho produz dez toneladas por safra , em dez anos , cem toneladas. No semiárido, no mesmo período, são três mil e trezentos quilos, ou seja, três toneladas e trezentos quilos por safra.

Para cada dez anos, o semiárido tem três boas colheitas, de trezentos e oitenta quilos /hectares. Em cinco anos, colhem-se cento e noventa e cinco quilos, e em três anos a produção ainda é zero. Existem ainda, lugares a exemplo de Mairi Bahia que a seca chega a seis anos consecutivos e a água do subsolo é salobra, inútil para o consumo humano e animal. Segundo dados da Embrapa semiárido, de 2011 à 2013, existe um acúmulo de chuvas de 790,5mm. A média desses últimos três anos é de 263,5mm.

Outro exemplo grave de nossa realidade é que o nordeste concentra a maior taxa de analfabetos do pais; são 18,7%, enquanto a media nacional é 9%; no sul , 5%. No semiárido não existem números precisos, admite- se chegar 35%. Este é o retrato, a radiografia do semiárido brasileiro.

O presidente do Banco do Nordeste, em reunião com o da SUDENE, em novembro de 2011, declarou que os juros cobrados nesta região são impagáveis, e que os empréstimos incobráveis. Estes passivos continua sem solução e atormenta a vida do sertanejo, além da seca que fechou três anos consecutivos. A última decisão do Conselho Monetário Nacional ao deliberar sobre o programa não é sensata, por que não se debruça na realidade do semiárido.

Nestas três secas encadeadas, das porteiras da fazenda semiárida nada saiu, somente entrou; salário para pagar o trabalhador; ração para o gado; sal mineral; vermífugo; preço da gestão e despesas administrativas.

Se esta realidade for verdadeiramente enfrentada, a única atitude é facilitar o pagamento das dívidas acumuladas. Propagam que existem, grandes produtores no semiárido. Esta é uma nomenclatura de gabinete de Brasília. Conceito deturpado porque nós somos cercados é de grandes dificuldades, grande escassez de água, grandes secas.

Neste momento o Banco Central estabelece uma resolução chamada de “Facilidade de Dívida Acumulada” com juros de 8,7%. Não dá para entender esta situação de jeito nenhum! Outro dia o Banco do Nordeste tinha juros de 2% para os devedores, agora é 8,7%.

Quero fazer um apelo a uma maior sensatez do Governo Federal, para que analise as atuais condições que permitam o pagamento das dívidas. Não estou pedindo que o pagamento não seja efetuado. Peço-lhes para que sejam oferecidas condições de pagamentos favoráveis. Quando a seca vem devora a plantação do pequeno, do médio e do grande produtor rural. É perversa para todos. Por que tantas diferenças? Esse anúncio de dez por cento, com um ano de carência e dez anos para pagamento não combina com a realidade do semiárido.

“Lutar contra a injustiça é um dever de todos.”

Osvaldo Coelho foi Deputado Federal por 11 legislatura (DEM Pernambuco) 83 anos.

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