Bolsonaro anuncia um colombiano como ministro da educação no Brasil

Por Ricardo Banana
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O professor Mozart Neves, ex-reitor da Universidade Federal de Pernambuco e atual diretor do Instituto Ayrton Senna, foi rifado mesmo pela bancada evangélica de apoio a Jair Bolsonaro. O presidente eleito resolveu então a pendenga e anunciou pouco depois das 21h em sua conta no twitter, o nome do professor e filosófo Ricardo Velez Rodriguez.

@jairbolsonaro

 Gostaria de comunicar a todos a indicação de Ricardo Velez Rodriguez, Filósofo autor de mais de 30 obras, atualmente Professor Emérito da Escola de Comando e estado Maior do Exército, para o cargo de Ministro da Educação.

O anúncio do professor da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e professor associado da Universidade Federal de Juiz de Fora foi feito pelo Twitter, passadas as 21h desta quinta-feira, 22, encerrando um dia de polêmicas e prospecções públicas em torno de outros nomes, como o de Mozart Neves Ramos, diretor do Instituto Ayrton Senna e ex-reitor da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), que foi vetado pela bancada evangélica, e do procurador da República, Guilherme Schelb, que chegou a ser recebido por Bolsonaro nesta quinta-feira.

É no blog do próprio Rodriguez, no entanto, que ficam mais claras algumas diretrizes do pensamento educacional do colombiano naturalizado brasileiro. Segundo o futuro ministro da Educação, as leis atuais do país tornaram “os brasileiros reféns de um sistema de ensino alheio às suas vidas e afinado com a tentativa de impor, à sociedade, uma doutrinação de índole cientificista e enquistada na ideologia marxista, travestida de ‘revolução cultural gramsciana’, com toda a coorte de invenções deletérias em matéria pedagógica como a educação de gênero”, diz trecho do texto chamado “Roteiro para o MEC”.

O discurso parece afinado com a pregação do Escola Sem Partido, defendido por Bolsonaro e aliados, e com a demonização da discussão de gênero nas escolas – dois temas que os especialistas não veem como os principais problemas da precária educação brasileira. No mesmo texto em seu blog, o futuro integrante do primeiro escalão diz ter sido indicado por, entre outras pessoas, pelo “professor e amigo Olavo de Carvalho”.

O guru dos ultraconservadores, que vive nos EUA, é um dos ideólogos influentes no movimento que levou Bolsonaro ao poder. Outro nome que recebeu a benção do filósofo foi o futuro chanceler Ernesto Araújo. (Com EL Pais Brasil)

 

 

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