BRESSER-PEREIRA: “ESTAMOS NO MUNDO DO NONSENSE”

Por Ricardo Banana
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imagemUm dos fundadores do PSDB, que vem criticando medidas judiciais como da Operação Lava Jato, o economista e ex-ministro da Fazenda Luiz Carlos Bresser-Pereira publicou em sua página no Facebook uma dura crítica ao pedido de prisão feito pelo Ministério Público de São Paulo contra o ex-presidente Lula.

Para ele, o gesto dos promotores paulistas, liderados por Cássio Conserino, é o último capítulo de “uma crise judicial” enfrentada hoje pelo País, “na medida em que setores do Estado usam de forma abusiva seu poder”. “Estamos em pleno mundo do nonsense. Os procuradores não têm provas; têm desconfianças”, critica.

“Sejamos razoáveis. Essas acusações a Lula (o apartamento, o sítio) são uma prova de idoneidade. Se ele fosse corrupto, como se sugere, teria aproveitado as muitas oportunidades para obter propinas elevadíssimas”, afirmou ainda o ex-ministro se referindo ao ex-presidente Lula.

“Como tenho afirmado, Lula errou em cogitar aceitar um presente caro demais, mas em hipótese alguma pode ser considerado desonesto com base nas pobres evidências apresentadas”, acrescenta. Em outras ocasiões, Bresser-Pereira afirmou que a “perseguição” a Lula é “inaceitável” e condenou, na semana passada, a condução coercitiva contra o ex-presidente.

Leia abaixo a íntegra de seu texto publicado na madrugada desta sexta:

O Brasil não está apenas em uma crise econômica agravada legitimamente por uma crise moral e, irresponsavelmente, por uma crise política. Enfrenta agora também uma crise judicial, na medida em que setores do Estado usam de forma abusiva seu poder. O último capítulo desta crise judicial foi, hoje, o pedido de prisão preventiva do ex-presidente, Lula, pelo caso do triplex do Guarujá. Estamos em pleno mundo do nonsense. Os procuradores não têm provas; têm desconfianças. Estão persuadidos, que Lula pretendia comprar o apartamento por preço abaixo do valor, porque não pagaria pela reforma realizada pela OAS, que, isto é verdade, queria dar um presente ao ex-presidentes. Mas, para os procuradores, não se trata de um presente, mas de uma propina. Que, diferentemente de um presente, supõe o pagamento de vantagens. Mas até agora não houve qualquer informação dos procuradores as respeitos destas supostas vantagens.

Sejamos razoáveis. Essas acusações a Lula (o apartamento, o sítio) são uma prova de idoneidade. Se ele fosse corrupto, como se sugere, teria aproveitado as muitas oportunidades para obter propinas elevadíssimas.

Como tenho afirmado, Lula errou em cogitar aceitar um presente caro demais, mas em hipótese alguma pode ser considerado desonesto com base nas pobres evidências apresentadas.

O que está havendo no Brasil é uma enorme falta de respeito pelas pessoas. A operação Lava Jato prestou um grande serviço ao Brasil descobrindo, processando e condenando pessoas corruptas, mas vem usando seu poder de forma abusiva nos últimos tempos. E agora os três procuradores de São Paulo, não querendo ficar atrás, vão pelo mesmo caminho. Estamos, portanto, também em plena crise judicial. Lamentável! (247)

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