As imagens de celebridades que apareceram mais magras, mas com a cabeça maior em relação ao corpo viralizaram nas redes sociais, e essa desproporção foi intitulada como “cabeça de Ozempic”. Mas será mesmo que esse termo tem algum fundamento, ou é mais uma atribuição errônea ao medicamento que revolucionou o tratamento da obesidade?
De acordo com a dra. Carolina Almeida, diretora médica do Núcleo GA Petrolina, atualmente, as pessoas que enfrentam a obesidade vivem uma luta contra o peso, e também contra a desinformação, que pode impactar o andamento do tratamento.
“As pessoas portadoras de obesidade vivem uma luta que não é só contra a doença, mas uma luta também contra a desinformação. Qualquer medicamento que seja aliado na perda de peso costuma ser estigmatizado e massacrado ainda que existam muitos estudos comprovando sua eficácia e nós temos vivido isso com a semaglutida, uma medicação que a cada dia se mostra eficaz e segura quando utilizada com acompanhamento médico. Porém, surgem diversas estigmas, já houve o Ozempic face, e atualmente a bola da vez é a “cabeça de Ozempic.”
Para quem não restem dúvidas sobre a relação entre o uso do Ozempic e o aumento da cabeça, a médica explica que o que muda de tamanho não é cabeça do paciente que recebe a medicação, mas o corpo que perde gordura, consequentemente perde medidas e diminui o tamanho volume corporal.
“Nós precisamos entender que a estrutura da cabeça dificilmente vai alterar, uma vez que, nós temos a calota craniana, que é osso puro e que não tem possibilidade de crescer pelo simples uso de uma medicação. Então, só por aí a gente já observa a insensatez que é utilizar a expressão “cabeça de Ozempic”. Mas como explicar essa percepção das pessoas sobre uma cabeça maior? É simples! A pessoa que era obesa e fica dentro do peso normal, o tamanho da cabeça não mudou, mas o nosso referencial do corpo muda e por isso, há a percepção de que a cabeça ficou maior, mas não há nenhum fundamento nessa história de cabeça de Ozempic”, ressalta.
A médica ainda destaca a importância do cuidado com as fontes de informação, sobretudo para aqueles que estão tratando a obesidade. Em caso de dúvidas, a orientação é conversar com o profissional médico, para que sejam feitos os devidos esclarecimentos.
“É importante que todos tomem cuidado com a fonte das informações e com os preconceitos que ainda envolvem as medicações. Não interrompa o tratamento antes de consultar seu médico assistente para que tudo seja esclarecido e para que assim, a busca pela saúde não seja impactada por fatores externos, que provocam desconforto na mente de quem está usando a medicação”, finaliza dra.
Com informações: Carolina Almeida.