Cia Biruta de Teatro vai levar Clarice Lispector para as ruas de Petrolina

Por Ricardo Banana
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A Cia Biruta de Teatro vai levar para as ruas da sede e zona rural de Petrolina, Sertão de Pernambuco, o espetáculo “História Lacrimogênica de Cordel (ou A Hora da Estrela)”. Com seis apresentações gratuitas, distribuídas entre os dias 30 de novembro e 10 de dezembro, às 19h, nos bairros Rio Corrente e João de Deus, e nos projetos irrigados N-11 e C1, a peça é uma adaptação da obra de Clarice Lispector e narra a história tragicômica de Macabéa, uma nordestina, do interior de Alagoas, que migrou para o Rio de Janeiro.

Em cena, um ator e uma atriz apresentam um jogo de metalinguagem, no qual encarnam a autora em um jogo de mascaramento e espelhamento, entre as personagens da história e sua criadora, uma Clarice também ficcionalizada. Na narrativa, Macabéa não é capaz de falar de si, sua voz é inventada, e as questões mais profundas de sua existência são comentadas pela autora em seu relato onisciente.

“O lugar da voz, no espetáculo, se apresenta enquanto elemento estético da metalinguagem que, na encenação para o teatro, também inclui não apenas a autora referenciada na obra literária, mas o ator e atriz criadores, que apresentam ao público um teatro mambembe e melodramático, a história encarnada e seus diversos personagens, através do uso de máscaras”, conta a atriz, Cristiane Crispim sobre o espetáculo.

*Teatro de rua e o uso de máscaras*

Sob a direção de Antônio Veronaldo, “História Lacrimogênica” é uma montagem feita para a rua, evocando o teatro popular mambembe, os vendedores de cordéis na feira e os artistas de rua. “Em nossa pesquisa, o melodrama e o teatro popular dialogavam bastante com a proposta do texto de ‘A Hora da Estrela’, o que nos instigou a pensar o espetáculo na rua, em contato com um público mais diverso e que, não necessariamente, iria o teatro para ver um texto de Clarice Lispector, conhecida como uma escritora hermética e intimista”, pontua Veronaldo.

Como um elemento marcante, além da narrativa, o espetáculo traz, ainda, a máscara, ao mesmo tempo como objeto cênico e como recurso estético da própria escrita de Clarice Lispector. “A máscara é elemento essencial para narrar esse jogo cênico, que inclui o autor/ator e autora/atriz, Macabéa e autor/autora, e os demais personagens-tipo, como por exemplo, Madame Carlota”, revela o ator Juliano Varela.

Com incentivo do Governo de Pernambuco, através do edital Funcultura (2019/2020), apoio da Prefeitura Municipal de Petrolina e parceria com o Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IFSertão/Campus Petrolina) e com o grupo de pesquisa LeaBrasil (IFSertão Petrolina), o espetáculo é dirigido por Antônio Veronaldo, a assistência de direção é de Camila Rodrigues, a criação e confecção dos figurinos são de Letícia Rodrigues, a criação e confecção de máscaras, de Cristiane Crispim, a adaptação dramatúrgica é assinada por Camila Rodrigues, Cristiane Crispim e Juliano Varela, e a interpretação em Libras será de Rita Silva e Ely Vieira. Em cena, Cristiane Crispim e Juliano Varela encarnam as personagens.

Programação:

30.11 e 01.12 – às 19h – Praça CEU das Águas (área externa) – Rio Corrente;

02.12 – às 19h – Quadra Poliesportiva do N-11;

08.12 – às 19h – Praça do C-1 (ao lado do galpão da associação);

09 e 10.12 – às 17h30 – anfiteatro da Praça da Juventude – João de Deus.

Serviço:

Quando: 30.11 a 10.12

Horário: às 19h

Onde: Rio Corrente, João de Deus, N-11 e C1

Entrada: gratuita

Classificação: Livre

Duração: 60 min

 

Com informações da Ascom Eneida Trindade

Foto: Acervo Cia Biruta

 

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