Complexo Prisional do Curado tem princípio de tumulto neste domingo

Por Ricardo Banana
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Sem título2Depois de um dia tranquilo de visitas no Complexo Prisional do Curado, Zona Oeste do Recife, os detentos realizaram um princípio de tumulto na tarde deste domingo. Segundo a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, houve uma confusão entre presos dos pavilhões I e P do Presídio Juiz Antônio Luiz Lins de Barros (Pjallb), no final do horário de visitas. O Batalhão de Choque foi acionado. A confusão ocorreu um dia após tumulto que resultou na morte de um detento e deixou outros quatro feridos. Os presos se rebeleram devido à lentidão na entrada das visitas. Hoje, houve reforço no número de agentes penitenciários. Nove detentos ficaram feridos.

De acordo com o presidente interino do Sindicato dos Agentes Penitenciários, João Carvalho, nove detentos foram feridos a faca nesta tarde. “Os presos fazem isso porque querem mais regalias. Temos informação de que estão querendo direito a pernoite. O Estado tem que manter a ordem, mas vai dando crédito e eles (os detentos) fazem o que querem”, afirma.

Após a confusão, um grupo de aproximadamente 100 pessoas, a maioria mulheres, se reuniu em frente ao presídio para protestar por mais informações sobre a situação dentro das unidades. O Batalhão de Choque disparou balas de borracha para dispersar a multidão e deixar a passagem livre para os carros. Segundo elas, um detento foi morto, mas a informação não foi confirmada oficialmente.

A mulher de um dos detentos contou que o marido revidou uma ameaça e matou outro detento no fim da tarde. Com medo de ser assassinado, o preso se escondeu em um bueiro no presídio e disse que só sairia na presença de um advogado e da imprensa.

Em nota, a Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) informou que o tumulto foi controlado.

A Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) informa que foi controlado no fim da tarde deste domingo (01), um tumulto envolvendo detentos dos Pavilhões I e P, após a saída das visitas do Presídio Juiz Antônio Luiz Lins de Barros (PJALLB), que integra o Complexo Prisional do Curado. Para garantir o controle da unidade, além dos agentes penitenciários e do Grupo de Operações de Segurança (GOS), da Seres, foram acionados policiais militares do Batalhão de Choque, Batalhão de Guarda, bem como a Companhia Independente de Operações Especiais (CIOE), a Companhia Independente de Policiamento com Cães e o 12º BPM.

Nove reeducandos ficaram feridos, sendo quatro atendidos com ferimentos leves na enfermaria da unidade prisional e um encaminhado em estado grave ao Hospital Otávio de Freitas, onde está sendo operado no momento. Os outros quatro feridos aguardam transferência para Unidades de Pronto Atendimento e hospitais do Recife. O próximo boletim com o estado de saúde dos feridos será encaminhado às 8h30 desta segunda-feira (2).

CRISE – Uma rebelião foi deflagrada na véspera de Natal e foi descoberto um túnel que serviria para a fuga dos detentos. Já nos primeiros dias de janeiro, o então secretário de Ressocialização, Humberto Inojosa, renunciou após quatro meses e uma semana no cargo. Em seu lugar, assumiu o coronel da PM, Eden Vespaziano. Na ocasião da posse, o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, anunciou um pacote de medidas para melhorar a situação dos presídios de Pernambuco. A maior promessa foi acabar com a circulação de armas brancas e celulares nas unidades prisionais. No último dia 7, o Batalhão de Choque fez uma varredura nas três unidades do complexo e encontrou cerca de 40 armas e celulares.

O cenário de tensão vivenciado na semana passada com a rebelião que durou três dias no Complexo do Curado levou o governo do Estado a decretar estado de emergência no sistema penitenciário. O governador Paulo Câmara assinou, na quarta-feira, decreto com medidas que incluem a intervenção no Centro Integrado de Ressocialização de Itaquitinga, que está com obras paradas e deve desafogar as penitenciárias do Grande Recife. O estado de emergência tem prazo de 180 dias, período em que atuará a Força Tarefa.

O decreto cria uma força-tarefa que envolve nove secretarias: Justiça e Direitos Humanos, Casa Civil, Fazenda, Planejamento e Gestão, Desenvolvimento Social, Controladoria Geral, Administração, Gabinete de Projetos Estratégicos e Procuradoria Geral do Estado.

O sistema prisional do Estado é proporcionalmente o mais superlotado do Brasil, com déficit de agentes penitenciários e policiais militares para a segurança e monitoramento. Existem hoje cerca de 31 mil detentos onde caberiam 10 mil.

Fonte: Jornal do Comercio

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