Cortejo pelas ruas de Miguel Pereira celebra 107 anos do nascimento de Luiz Gonzaga nesta sexta

Por Ricardo Banana
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Atividade celebra a ligação do Rei do Baião com o município fluminense que foi seu refúgio da rotina atribulada de shows e que aparece nas letras de alguns dos seus maiores sucessos. Forrozeiro Marcus Lucenna lidera o cortejo, que será acompanhado pela comunidade e artistas locais. Ideia é tornar o evento uma tradição, assim como acontece no município de Exu, cidade natal de Luiz Gonzaga 

RIO DE JANEIRO – Se estivesse vivo, o Rei do Baião Luiz Gonzaga estaria completando, nesta sexta-feira (13/12), 107 anos. Para celebrar a data, o cantor e compositor Marcus Lucenna, forrozeiro potiguar radicado no Rio, liderará um cortejo pelas ruas do município de Miguel Pereira, Região Sul-Fluminense, em que cantará canções de Luiz Gonzaga, assim como tradicionalmente acontece em Exu (PE), cidade natal de Luiz Gonzaga, na mesma data.

O cortejo partirá as 16h da Estação Ferroviária e será acompanhado pela comunidade e por artistas da cidade que encenam o espetáculo “Gonzagão – O menino que virou rei”, musical dirigido por Andreia Lopez que estreou este ano e em que Marcus Lucenna interpreta o Rei do Baião da fase do sucesso até o seu falecimento. O destino dos cantores, atores e dançarinos será a praça em frente ao Centro Cultural de Miguel Pereira, cidade cuja história tem forte ligação com Luiz Gonzaga.

Então distrito de Vassouras, Miguel Pereira foi escolhido pelo artista pernambucano como refúgio da rotina atribulada de shows. Na localidade, o mais célebre forrozeiro brasileiro adquiriu a fazenda batizada de “Asa Branca”, título de um dos seus maiores sucessos. A região e as estórias vividas ali também aparecem nas letras de alguns dos seus maiores sucessos

Entre eles está “Boi Bumbá”, em que narra o episódio da partilha de um boi com a comunidade local, e “Forró de Cabo a Rabo”, em que fala de um animado forró na casa do Zé Nabo, o segundo prefeito do recém-emancipado município de Miguel Pereira. Esta última é faixa-título do álbum de Luiz Gonzaga de 1986, responsável por recolocá-lo no cenário musical brasileiro depois de um período de ostracismo vendendo mais de 1 milhão de discos. “Vassouras” é outra canção que joga luz sobre a região com letra que enaltece o seu clima considerado com propriedades terapêuticas.

Segundo Marcus Lucenna, que regravou dois desses sucessos (“Forró de Cabo a Rabo” e “Vassouras”) no seu mais recente álbum, a ideia é tornar o evento uma tradição do município fluminense, assim como na cidade pernambucana. Da mesma forma que Luiz Gonzaga, o artista potiguar também adquiriu propriedade na região e faz dela seu refúgio da rotina de shows e do agito da capital fluminense.

“Nosso desejo é que este primeiro cortejo se transforme numa tradição, se repetindo todos os anos e com participação popular cada vez maior. Queremos mostrar que Miguel Pereira é a irmã sudestina de Exu. Seu Luiz nasceu lá, mas Miguel Pereira ele adotou, e em ambas as cidades ele é muito amado. Lá era seu pé-de-serra, aqui seu Luiz Gonzaga ganhou uma serra inteira para descansar e viver em um clima encantador na companhia de sua gente, que é parecida com a da bela Chapada do Araripe”, explica Marcus Lucenna.

SERVIÇO

1º Cortejo de Miguel Pereira em Homenagem a Luiz Gonzaga

Dia 13/12/2019 – 16h

Partida: Estação Ferroviária de Miguel Pereira

Chegada: Cento Cultural de Miguel Pereira

Grátis

Classificação: livre

SAIBA MAIS SOBRE MARCUS LUCENNA

Poeta-cantador, membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC) e ferrenho defensor da cultura popular nordestina, Marcus Lucenna é representante dos músicos no Fórum Forró de Raiz RJ. Em 2019 completou 30 anos de carreira musical, que teve início com seu primeiro LP (Cantolínia Psicordélica), lançado em 1989, pela Polygram, uma das maiores gravadoras à época. De lá para cá, lançou 15 álbuns e apresentou-se em diversos estados do país, compartilhando palco com músicos como Fagner, Elba Ramalho, Ednardo, Geraldo Azevedo e Tânia Alves.

Natural de Mossoró (RN) radicado no Rio de Janeiro, ocupou por 6 anos o cargo de gestor do Centro Municipal Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas, a Feira de São Cristóvão. Na sua militância em favor da cultura nordestina no Rio, destacou-se não só por impedir que a Feira fosse retirada do bairro por força da especulação imobiliária, como liderou o movimento que a levou para dentro do Pavilhão de São Cristóvão, onde está localizada até hoje.

Seu mais recente álbum (“Marcus Lucenna na Corte do Rei Luiz”) celebra seus 30 anos de carreira e presta reverência ao Rei do Baião, cuja morte também completou três décadas em 2019. O título do CD é o mesmo do seu mais novo livro, lançado recentemente, e que revisita suas trajetórias artística e pessoal, que se cruzam com episódios e figuras marcantes da história do forró.

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