Declarações de Feliciano incitam o ódio e a intolerância, diz ministra

Por Ricardo Banana
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imagemA ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, disse hoje (8) que as declarações do presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), fora do Congresso Nacional têm incitado o ódio a e intolerância.

Há duas semanas, o deputado Marco Feliciano, em um culto evangélico, disse que, antes da chegada dele à presidência da CDHM, o colegiado era comandado por Satanás. Em vídeos publicados na internet, o pastor diz que Deus teria mandado matar o cantor John Lennon, dos Beatles, e os integrantes da banda Mamonas Assassinas, vítimas de um acidente aéreo.

“É lamentável que nos deparemos a cada dia com mais um pronunciamento, intervenção que incita o ódio, a intolerância e o preconceito. Já ultrapassa a barreira de uma comissão da Câmara. Diz respeito a todos nós”, disse Maria do Rosário, no Senado. “A Câmara, certamente, encontrará uma solução, ou o próprio Ministério Público, porque incitar a violência e o ódio é uma atitude ilegal e inconstitucional”, acrescentou a ministra.

Em entrevista ao chegar à exposição em memória dos mortos no Holocausto e para marcar os 70 anos da insurreição dos judeus no Gueto de Varsóvia, na Polônia, Maria do Rosário lembrou que a intolerância e o preconceito foram responsáveis por massacres.

“Jamais uma etnia, uma religiosidade, uma forma de existência pode perceber-se superior às demais formas de existência humana. Estamos vendo aqui, em uma exposição sobre o Holocausto, o resultado do ódio, da intolerância e do desrespeito humano ao próximo, seja do ponto de vista étnico ou religioso”, disse a ministra.

O deputado Marco Feliciano é acusado de homofobia e racismo por ter postado nas redes sociais comentários considerados ofensivos a homossexuais e negros. Ele nega as acusações e já pediu desculpas pelas declarações publicadas na internet.

Depois de visitar a exposição, a ministra participou de sessão especial em memória às vítimas do Holocausto. Maria do Rosário ressaltou que o respeito às diferenças é uma cláusula fundamental da Constituição Federal de 1988 e disse que o governo federal não se afastará desse princípio.

“Cuidar para que o Brasil não aceite a discriminação é a nossa missão”, disse a ministra em discurso para a comunidade judaica presente no plenário do Senado. Segundo ela, o combate às diferenças e ao racismo deve mobilizar não apenas as instituições do país, mas “todos os brasileiros e todas as brasileiras”.

A ministra destacou ainda que o Brasil jamais adotará a postura ainda presente entre alguns povos de negar a existência do Holocausto promovido pelos nazistas contra o povo judeu na 2ª Guerra Mundial. “A negação do Holocausto como valor histórico e humano tem o significado de diminuir as atrocidades que foram cometidas contra um povo”, disse ela.

A cerimônia também contou com a presença de Michael Stivelman, sobrevivente do Holocausto, e do presidente da Confederação Israelita do Brasil, Cláudio Lottenberg, entre outros.

O embaixador de Israel no Brasil, Rafael Eldad, destacou a necessidade de o povo judeu sempre recordar o Holocausto. “Isso é muito importante, porque, agora, quando ainda temos entre nós esses vestígios, essas vítimas diretas do Holocausto, ainda vemos expressões de negação do Holocausto, vemos um ressurgimento do antissemitismo, do ódio racial, de preconceitos”, completou o diplomata. (Agência Brasil)

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2 comentários

Paulo 9 de abril de 2013 - 16:30

É isso que dá um país onde a educação fica sempre em segundo plano: dá-se ouvido a esses tipos feito Feliciano, Malafaia…Educação, esta é a palavra chave e a solução para o nosso país. Alguém já viu o estrago que a Igreja Universal tem feito em alguns países africados (os mais pobres e com menos educação). Fico pensando que se o Brasil fosse um pouco mais ignorante do que já é, algo pior ou parecido poderia estar acontecendo aqui. Por isso gente, vamos estudar, qualificar as nossas crianças a fim de que os Felicianos não tenham o impacto que hoje tem na mente dos mais desavisados e menos estudados, salvo as devidas exceções, claro, pois há quem nunca frequentou uma escola e sabe bem mais do que outros que têm anos de estudo e não conseguem ver o mal que esses fundamentalistas representam para a nossa sociedade, para a nossa democracia, para todos os direitos que a muito custo foram conquistados.

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Guilherme Novaes 9 de abril de 2013 - 10:01

O mais interessante é um “cara” desses ser eleito para a comissão de direitos humanos e minorias!?!?! Ironia?? o “cara” vir falar de 1 músico e uma banda, que o primeiro foi morto porque Deus mandou pois o mesmo disse que era mais popular que Jesus Cristo, tudo bem, isso não é coisa que se fale, é muita audácia querer ser superior ao Todo Poderoso, mas falar que os Mamonas era uma má influencia para as crianças, uma banda que só alegrava, e que eu lembre nunca ouvi um palavrão vindo deles, um [Edite se for o caso]—> escroto desses não nasceu com o dom da voz para cantar, então resolve atacar os que tiveram esse dom e tiveram sucesso, ele não teve o dom que Aline Barros recebeu, que Lázaro, André Valadão, Bruna Karla, Cassiane, Damares… xii se eu for falar aqui o tanto de gente que recebeu esse dom e ele não, vou tomar a pagina toda, ao invés disso, grava DVD de auto-ajuda e recebe 13 mil reais para fazer um culto…. e não vai!! faça-me o favor.

1 “Não julguem, para que vocês não sejam julgados.
2 Pois da mesma forma que julgarem, vocês serão julgados; e a medida que usarem, também será usada para medir vocês.
3 “Por que você repara no cisco que está no olho do seu irmão e não se dá conta da viga que está em seu próprio olho?
[Mateus 7:1-3]

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