‘Dívida dos estados é prioridade’, diz Campos sobre novo pacto federativo

Por Ricardo Banana
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eduardoCâmara e Senado se reúnem com representantes dos estados na quarta.
‘2013 é ‘o’ ano e precisamos ter cuidado com ele’, diz governador de PE.

Na quarta-feira (13), os 27 governadores brasileiros vão se reunir em Brasília com o  presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, e o presidente do Senado, Renan Calheiros, às 11h, no Congresso Nacional. Segundo o governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, o partido vai defender que os governadores apresentem pautas referentes à questão das dívidas dos estados. Campos se pronunciou nesta terça-feira (12), durante as comemorações do aniversário de 476 anos do Recife, e ressaltou a importância do encontro dos 27 governadores. “O foco é ganhar 2013 com debates importantes como esse [com Senado e Câmara] que vamos ter em Brasília, vai dar mais condições aos estados de ajudar o Brasil”, acredita Campos.

O presidente do PSB afirmou que vai se encontrar nesta terça-feira (12), por volta das 14h30, no Ceará, com os governadores do PSB, e que os governadores de todo o país devem também discutir as pautas que serão levadas para o novo pacto federativo. “Há uma lista de mais de dez projetos, [entre eles] a redução de juros da dívida. Os estados hoje pagam juros que são, muitas vezes, duas vezes mais que a taxa da Selic. Essa é uma pauta antiga, que acho que vai ser consensual. Há também uma discussão sobre uma resolução do Senado que limita o desembolso de empréstimos a cada ano a uma quantidade de 16% da receita do ano corrente líquida, o que está impossibilitando uma série de estados a desembolsar recursos que inclusive já tomaram emprestados, já estão em caixa, que é uma questão mais simples”, explica o governador.

Questões mais complexas, como o financiamento da saúde pública, mais recursos para o Fundeb também devem estar em discussão. “O mais óbvio é a questão de baixar a taxa de juros, não é justo que paguem 14% do que arrecadam e pagar uma taxa que é o dobro do mercado. O que nos foi passado pelo presidente Henrique Eduardo Alves, é que sejam poucos projetos, pois ele tem desejo de fazer uma sessão geral para fazer uma discussão daquelas matérias ligadas àquela pauta e votar naquela semana, naquele calendário ainda nessa semana”, afirma o governador de Pernambuco, que defende que sejam de cinco a seis pautas levadas à reunião.

Repasses
Após reafirmar que “não é um comentarista de declarações”, Campos reforçou que quer discutir apenas temas que são importantes para o país e não “o que estão falando sobre ele”. “Esse é ‘o’ ano e precisamos ter cuidado com ele. Nós tivemos um 2011 pior do que 2010, 2012 pior do que 2011. Não precisamos de um clima de dispersão, precisamos de um ambiente de convergência e de uma pauta que anime a economia, proteja os empregos que geramos na última década, e que possa fazer com que a gente responda a um passivo histórico de desequilíbrio social, de dificuldade. É isso que é preciso. Discutir a política, o futuro do Brasil, sim, mas não antecipar o ambiente eleitoral, que não ajuda em nada o Brasil nem a quem tem que governar o Brasil”, diz o governador.

Campos reforçou também que não vê diminuição nos repasses para o estado, como foi publicado no domingo (10) pelo jornal Estado de S.Paulo. “Nós tivemos uma lista de recursos que exclui o PAC. Fizemos esforço para colocar mais e mais ações no PAC porque há menos burocracia. Acho que houve uma desinformação, uma forma de analisar um dado de cooperação que não reflete a realidade”, acredita o governador.

Defendendo um debate com olho no futuro, Campos disse que o país precisa ser pensado como um todo, com um olhar para o que acontece fora. “Nós precisamos que o Brasil cresça como um todo […] Falta olhar o que está acontecendo no mundo. O mundo está tentando sair dessa crise, pensando o hoje, mas pensando o amanhã da década. Agora mesmo, os Estados Unidos da América estão discutindo com a União Europeia uma zona de comércio que vai ter grandes efeitos sobre a vida brasileira. Nós precisamos discutir isso. Se a gente ficar discutindo as questões só pontuais, a gente pode não encontrar o caminho de sair dessa crise fortalecido. Há condição, quando a boa vontade, quando a destencionamento do ambiente político, há condições”, defende o presidente nacional do PSB.

Fonte: G1.com

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