Dólar rompe barreira de R$ 1,90 pela primeira vez desde setembro de 2011

Por Ricardo Banana
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O dólar comercial fechou esta segunda-feira (30), último dia do mês de abril, com alta de 1,07%, cotado a R$ 1,907.

O dia teve baixo volume de negócios pelo fato de ser véspera do feriado do Dia do Trabalho o que também fez com que as negociações pressionassem o valor da moeda para cima.

“O dólar está subindo globalmente e o baixo volume de negócios no mercado acaba acelerando (a valorização). O investidor fica com poucas alternativas de investimento quando há baixo volume de negócios”, diz Jason Vieira, economista-chefe da Cruzeiro do Sul.

A moeda fechou o mês de abril com valorização de 4,42% e desde o início do ano subiu 2,06%.

Segundo o economista, o patamar de R$ 1,90 é interessante para o governo, que busca proteger o real da queda internacional do dólar quando há grande fluxo da moeda. Por outro lado, o dólar alto exerce pressão sobre os preços, o que pode começar a gerar preocupação para o governo.

Quebrar a barreira também tem um efeito psicológico, explica Vieira. “Não estava difícil de ser rompida (a barreira de R$ 1,90), mas para o mercado esses momentos são importantes porque acabam definindo uma nova média de negociações da moeda.” Com isso, as quedas que vierem daqui para frente podem ficar em um nível mais alto, formando novos pisos para o dólar.

Na sexta-feira, o dólar comercial fechou praticamente estável, com ligeira alta de 0,037% diante do real, cotada a R$ 1,8867 para venda. Até o último dia da semana passada, a moeda dos Estados Unidos tinha alta acumulada de 3,31% no mês de abril.

Inflação

A queda das juros básicos da economia, que o mercado prevê que sejam mantidos em 9% ao ano, e o real valorizado podem fazer com que os preços subam no país, tanto que os economistas elevaram as previsões de inflação para este ano e o próximo.

“O governo tem de ficar atento. De repente, começar a ter inflação de dólar é um problema”, diz. O aumento de preços decorrente do aumento do dólar é ligado ao consumo, a chamada inflação de demanda. “Não temos economia local que comporte elevação muito forte de demanda, temos problemas de infraestrutura. Se elevarmos muito a demanda, ficamos refém de dólar alto”, diz.

Fonte: G1

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